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Archive for the ‘Vivi’ Category

Daquelas rapidinhas boas.

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Diálogos ordinários (nos sentidos mais variados da palavra).

“Eu gosto de homem fiel.”
“Eu gosto é de homem viril.”
“Eu gosto de homem, não importa como, se é fiel, viril.”

Morar numa república com tanto gay não me faz bem, definitivamente.

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Dia desses estávamos juntos, Barata e sua prole fofinha e banguela, Moa, Laércio, TT e eu. Churrasquinho prum lado, cerveja pro outro, malboros no meio.

Vivi: Vocês viram? Dorival Caymmi morreu né, gente?!

Barata: Amiga…(cara de reprovação que só ela sabe fazer junto com um silêncio para enfatizar seu desprezo) Ele morreu já faz quase uma semana.

E nesse papo mórbido fomos um pouco mais longe. Alguém da mesa soltou “Aliás, eu nem mesmo sabia que ele estava vivo…” E aí sim, desenvolvemos o assunto. Gente como pode? Essa televisão é fogo. Tira e bota quando quer os famosos e as tentativas deles, aí o resultado é que não sabemos quem morreu ou só está na geladeira do 4° poder. O ócio, a cerveja e o humor negro nos permitiu começar a filosofar:

 

“Dercy Gonçalves morreu!”

“Morreu há mais tempo, só que não quis desencarnar e ficou aqui nos assustando com sua boca vermelho mal pintada e seus palavrões.”

“O Ary Fontoura tem maior cara de quem já morreu!”

“Verdade! Se ele não tivesse na novela das oito, iria achar que ele já tinha batido a bota”

“Ele e seu protetor*”

“Hahahahaha”

“Gente, o Enéas morreu, né?!”

“Meu nome é Enéééééas”

“Bora ver quem acerta, então. Morreu o Waldick Soriano ou o Cauby Peixoto?”

“Cauby.”

“Waldick.”

“Os dois não estão mortos, já?”

“Hahahahah”

“Sub-celebridades morrem e a gente não sabe.”

“E haja neguinho que deveria morrer logo”

“Faustão”

“Hebe, outra múmia que não consegue desencarnar”

“A Xuxa já tá passando da hora também, bichinha tá ficando estranha!”

“Luciana Jimenez, mesmo tão novinha, tão gatinha, morreporfavor!”

“Ou agora que amarrou o diretor estribado, vai fazer compra, viajar, lançar uma ONG. Tudo menos ficar na tv em canal aberto perguntando o que é um equínio, faz favor?!”

E depois de redescobrir vários defuntos, matar mais uns quinze, e se esbaldar de rir de tamanhas desgraças.

“Chega gente assunto mais fúnebre, melhor mesmo, é morrer esse papo!”

“Hahahahaha”

Adoramostrocadilhosmisturadoscomhumornegro.

Beijomeligaevêsemorre!

* O protetor era um amigo imaginário, uma espécie de anjo da guarda do personagem de Ary Fontoura na novela, A Viagem [super sugestivo, de novo]

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O reset interno.

“Minha alma tem o peso da luz.

Tem o peso da música.

Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita.

Tem o peso de uma lembrança.

Tem o peso de uma saudade.

Tem o peso de um olhar.

Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou.

Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.”

Clarice Lispector

 

Tudo na vida cansa. Quer saber? Cansei! Durante muito tempo achei que ser essa esponja sentimental era meu carma. Absorver todas as dores que eu consigo, como se fizesse parte de uma trajetória quase implícita. Ai eu sofri, sofri e sofri.

Sempre achei extremamente normal chorar. Isso significa dizer que já chorei em igrejas, festas, casamentos, hospitais, ônibus, praias e como não poderia deixar de ser, em quase todos os bares e festas da cidade. Isso era uma válvula de escape pra mim. Me sentia mal, refletia e me largava no choro. “Pronto! Agora sim, tô leve. Posso enfim abstrair o peso que sentia ainda a pouco”.

O que entra em questão agora não é o comportamento que sempre tive. E sim, o porquê dele. E as suas consequências. Porra! Se eu sou assim tão legal, tão madura, tão forte para os problemas dos outros, já está mais do que na hora de eu passar a ser assim por mim também.

Então fica decidido. Acabo aqui meus fantasmas antigos. Quero reciclar até mesmo eles. Chega de me aprisionar em passados que eu não pude entender o que aconteceu. E esperar desses mesmos fantasmas, solução para isso. Como disse Caio Fernando de Abreu, em seu texto”Carta a Zézim” ‘O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem.’

A mente humana é tão estranha a esse ponto. A solução, a resposta é “in”. Mas estamos sempre olhando ao nosso redor, perguntando a terceiros o que deveríamos fazer. O pior de tudo é saber que se fosse tão simples, se as respostas aparecessem assim tão claras, perderiam uma boa parte do prazer e da satisfação de resolver algo que não mais irá atormentar.

Tenho batido minha cabeça na quina do criado mudo para tentar entender sentimentos que tenho por algumas pessoas. E isso extrapola os limites sexuais. Me refiro a tudo. Família, amigos, entre outros personagens.

O que eu percebo é que as vezes eu engradeço o que não deveria ser grande, subestimo coisas que no fundo sei a força que podem chegar a ter. E sempre, eu disse sempre, coloco um ciclo vicioso nos amores que tenho. Como se fosse possível carregá-los dentro mim. Constantemente e involuntariamente em minha vida. A consequência disso é que me torno pesada. Absorvo, idealizo e tento proteger o que não tem mais nem motivos para tal.

Com isso esqueço de mim. Saio do meu espaço físico e psicológico e passo a ter uma preocupação que não deveria ser minha, e sim do receptor desse sentimento. Quer saber?! Danem-se todos! Vou resetar tudo, recomeçar, terminar o que está inacabado, inclusive cada texto que tenho guardado e que quase ordinariamente escrevo mais uma parte. Agora não. Vou terminá-los e exterminá-los de mim. Eu não tenho que me cuidar sozinha? Por que tenho que fazer isso pelos outros também? Isso, sem ninguém me pedir que o faça. Eu sei das vezes que agi de maneira equivocada e perdi muitas coisas por isso. Não sou eu que tenho que sofrer também pelas pessoas que fizeram o mesmo. Resolvi acabar com esse misto de medo, preocupação e piedade pelos que não sabem o que irão ganhar ou perder com suas escolhas. Isso tem que partir de seus autores, não de mim. Já não basta as minhas dores, as minhas cruzes que tenho para carregar.

Isso é auto flagelação da minha parte. Sofrer por mim e pelos outros?! Chega! A partir de agora, serei leve. Não quero mais brincar de ser Tereza*, quero ser Sabrina* quem sabe. Cada um deve saber o que é melhor pra si. Eu estarei aqui, disposta a tentar ajudar quem resolver em um belo momento entender que sim, precisa de alguma ajuda da minha parte. Mas, sofrer pelos outros, basta! Falo tudo isso porque sei que metade das minhas crises, dos meus prantos e de mais qualquer ação que cometo por estar mal vem dessa minha eterna mania de sofrer por mim e pelos outros. Sofrer ao quadrado. Duplico os problemas e não tenho com quem dividir as soluções.

Enfim, nem sei se ao menos consegui me fazer entender nesse texto. Mas ele antes de mais nada é um registro de uma evolução particular. Da vontade infinita de ser uma pessoa melhor. Só que dessa vez, antes de mais nada, quero ser melhor pra mim.

 

*Teresa e Sabrina são personagens do filme “A insustentável leveza do ser”.

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Já piramos…

Estava um dia desses passando por uma rua do centro daqui, quando o Tiago falou “Olha, o carro do ‘Fulano’”. Que saudade que me deu desse nosso amigo, que há anos dividiu com a gente um grupo de amizade que até hoje me tira bons momentos de nostalgia.

Começou engraçado, um grupo do Nazaré que passou uma parte para o Sophos (aí que eu entrei), juntamos amigos de uma lado, namoradinhos de outros até se formar o grupo.

No começo eu era única mulher oficial, fora as valetes (cartas marcadas), lembro um dia em que eles se enjoaram de papinho de mulher, TPM e resolveram ir para Mosqueiro. Só os “brothers” (sim gente, era essa intenção. Ter um título tosco mesmo, piada interna), quando metade deles já estava indo para lá, ligaram para o Tiago e disseram “não esquece de trazer a Vivi”, e lá fomos nós, só os brothers, beber uma garrafa Black Label, fumar, contar vantagens e histórias bizarras, coisa de adolescente mesmo.

E como a gente se divertia! Era sempre uma invenção. As idas a Mosqueiro ou Salinas. As primeiras raves, aniversários… Até de 15 anos, da sobrinha do porteiro do prédio de um dos amigos. Lembro que nesse dia a festa era atrás do Mercado de São Brás, mas o único ponto de referência era um puteiro, chamado de “Rupinol”. Adivinha para quem ficou a missão de perguntar aos motoristas de táxi onde era essa recepção?

Esse mesmo porteiro, certa vez, emprestou o carro pro Dani ir a uma rave. Lá estou esperando meus amigos, quando o Bernardo parou com seu Corsa pra me pegar e por trás do Corsa, chega um Fusca. O Daniel desce de lá e fala “O meu até bebida tem!”. Nessa ele escala um balde daqueles de prédio, sujo de tinta e reboco, com gelo e váaáárias Smirnoff Ice. E aí, vais no Corsa ou no Fusca?! Nesse dia eu desci com uma saia curtinha e rodada, toda feliz. ” E aí? Que tal?”. Todos adoraram e Dani disse: “Mulher que usa saia assim quer pegar dedada” .Hahaha! Eles eram foda, adoravam fazer a gente passar vergonha, com direito até de se fingir de nosso namorado só pra nos deixar envergonhadas.

Eles se divertiam muito às nossas custas (“as minas”). Uma vez, pegaram a Gigi, por ser muito magrinha e pequena e a colocaram dentro de uma mala. Com direitos a fotos da mala aberta e fechada!

Tudo era muito bom. Os terraços de prédios no centro da cidade. As idas ao aeroporto. As fotos e vídeos engraçadíssimos. Os filmes. As viagens. Tudo. Os carros tinham nomes, a gente também passou a ser equipe “Japirah”.

Sempre falávamos que nunca iríamos nos afastar, que diferente de outros grupos, estaríamos longe de intrigas e brigas.

De fato, nunca brigamos, mas um namoro de um, a viagem de outro e todos os motivos mais de vidas que se cruzam, mas que voltam a ser paralelas, nos afastou. Sempre que nos encontramos falamos de estabelecer esse reencontro. Eu digo que desde o início dessa distância, tudo que eu mais queria era isso.

Até hoje.

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Sexo e a cidade.

Sábado, nove e pouco da noite, diferente da maioria dos sábados, cá estou eu. Em casa, cansada da nova jornada de trabalho, jogada a mais de três horas na minha cama, sem querer nem mesmo ligar pra quem eu ligo constantemente. Eu, minha carteira de marlboro light e mais alguns filmes do lado da TV.

“Paranoid Park é filme pra se ver concentrada e eu tô um pouco cansada”, “12 macacos… nâo tô com pique pra ver um policial uma hora dessas.”, “Já sei, Sex and the city, leve, mela cueca, sim é disso que preciso”.

O que eu não fazia idéia era que um filme desses ia me fazer chorar umas quatro vezes. Nem tem sido muito de praxe me comover com os filmes (apesar da minha eterna fama de protagonista de novelas mexicanas), mas existem umas mensagens quase subliminares que realmente me puxaram pro chão. E não me refiro aos momentos de ápice, e sim, cenas que devem ter sido pra maioria, uma passagem de take, nada mais.

Casamento. Filhos. Trabalho. Solidão. Amigas. Família. Carreira. Porres. Sexo. Desencontros. Separação. Maturidade. Amor.

Fatores que tornam cada pessoa única. Cada experiência, cada vida, traduzindo e nos transformando exatamente no que somos. E ao mesmo tempo transformando esses assuntos em linguagens tão universais, que cá estou eu, sozinha num sábado a noite vendo Sex and the city e chorando pra lá de quatro vezes.

Sem dúvida nenhuma, esse ano me fez uma pessoa muito mais inteligente. A graduação concluída, os livros, os filmes, as pessoas que apareçam por aqui e me deixaram (ou deixam) conhecimento todo dia em minha vida. Sim, eu tenho a consciência de que hoje, mais do que ontem, tenho algo a acrescentar numa conversa, sem medo ou insegurança de achar que tô falando merda. Fatores empíricos também contribuem (e muito) para essa evolução. Morar sozinha (sozinha na prática, pois na teoria, moro com uma amiga que está no auge do seu início de namoro), ter meus pais longe mais do que quinze minutos da minha casa, coisa que também é inédito, pois até mesmo quando estive casada, dez quilômetros eram a minha maior distância física, distância essa que só aumentou uns trezentos e poucos quilômetros. E tudo mais que acontece diariamente, me torna uma pessoa mais compreensiva.

Tenho me esforçado a entender tudo. As dores e as delícias que cada partícula desse mundinho pode nos oferecer. Mas se tem uma coisa que eu desconheço cada vez mais é o sentido do amor.

Não entendo o que há de tão difícil e doloroso nesse departamento… Infidelidade, saudade, oportunidades fracassadas. Qual será o segredo disso tudo? Como destrinchar os sentimentos ao ponto de fazer agirmos da maneira certa quando amamos? Qual lado do cérebro tem que falar mais alto? Como saber que aquele amor foi o amor da sua vida e que depois disso, do desperdício do sentimento, das chances esgotadas nada mais terá o mesmo gosto? Ou se tudo isso é besteira é que alguma hora, cedo ou tarde vamos voltar a sentir taquicardia quando alguém se aproximar? Existe amor puro depois de tantas desilusões? Ou agora depois de tanto amadurecimento os sentimentos acompanham isso e se transformam?

Meu momento “Carrie Bradshaw” me deixa mais confortável em minha casa com meus filmes, cigarros e computador, para ver, pensar e escrever, do que as tentativas falidas de ver algo interessante ao meu redor. Assim, se pelo menos eu não entender, eu deixo tudo registrado para que daqui uns oito anos eu possa ler tudo de novo e dar aquela velha gargalhada de quem já acha que os problemas antigos, comparados com os atuais são verdadeiras piadas. E não me reporto ao filme como uma coisa piegas, “Quem será minha amiga Samantha, Charlotte e Miranda?”. Nada disso, o que me deixa intrigada é ver que os sintomas de solidão, desilusão, desamor e paixão são universais. E que a busca por essas respostas é generalizada.

Nessa hora eu paro o filme e boto minha pizza de quatro queijos no forno. Outro atestado de solidão. Olhar pra uma pizza e saber que existem duas opções, guardar metade dela, como quem guarda para alguém, ou comer como uma compulsiva depressiva. Depois do meu momento Clarisse Lispector, (onde no momento eu substituo a barata pela pizza), desisto da filosofia, guardo a pizza e volto pro filme. Já na angústia de vê-lo terminar, para voltar ao laptop e escrever.

O filme acaba. E com o fim dele a minha vontade de entender tudo isso só aumenta. Mas quem pode me dar resposta pra tudo isso, que não seja eu mesma?!

Ai… enfim…

Desligo o computador e vejo “Paranoid Park”.

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Por vivi

As aventuras de Luiza num lugar tão tão distante.

 

1. Nota: Não esquecer de anotar no diário que essa historinha de sentir é oportunamente usada por uns, balela mesmo.

Trim, trim… tocou o telefone. Luiza, uma jovem aspirante de jornalismo,trabalhando láááááá onde o coisa ruim perdeu a botina…

Luiza: Alô!

Balela: Oi, …(apelido carinhoso, cujo ela tinha o maior respeito. Diferente do que sentia pelo autor uma hora daquelas). Tás bem?

Luiza (meio sem amor próprio por ter atendido, já que no século 21, existe um grande aliado, chamado BINA): Oi! To bem, sim. Na verdade to muito feliz. Trabalhando horrores, resolvi até ficar por aqui mesmo.. Dois meses. Cuidar apenas da minha vidinha profissional, já que pessoal tá uma mierda. (Indireta daquelas, que só mulheres como Luiza, têm queixo de soltar, sem medo da réplica).

Balela: Égua… (silêncio). Dois meses? Quem te mandou? [?] E eu ? [?]

(Resuminho rápido pra vocês. Balela foi um cara com quem Luiza teve o imenso prazer de ter um triângulo amoroso, durante dois meses. Por razões superiores, ela foi a pessoa com quem ele se divertiu horrores até resolver, que sim, ele ama Karine.

A sorte de Luiza porém, (sorte, nesse caso será bastante relativo) é que nessas alturas, depois de tantas decepções amorosas, ora por culpa deles, ora por culpa dela, Luiza já não conseguia se apegar a ninguém e ao mesmo tempo, conforme ia colecionando as relações mal sucedidas, ia também arrastando em sua doce memória, a lembrança de cada personagem. Por isso, acabava sofrendo menos, uma vez que, quando algum deles a machucava, ela pensava nos outros 5 ex que tinha, não amava, mas não esquecia. Capitche?

Porém, o bichinho não a deixava em paz. Diga-se de passagem, esse era seu diferencial. Não sabia a hora de parar de ligar, de dizer que estava com saudade. Daqueles que terminam a tarde e pedem pra voltar a noite, sabem como é? Com toda certeza foi ele quem inventou o papo de “só a cabecinha”,porque é a cara dele esse jargão).

Voltando:

Luiza, já todo com ego massageado e pouco orgulhoso: Ninguém, sou um ser livre… Pára de graça… são dois meses.

Balela: Mas eu tô com saudade.

Luiza: Vais ficar mais, hahaha.

Depois de 35 minutos nessa punheta telefônica.

Balela diz: Não entendo porque estavas com raiva de mim, antes de viajar.

Luiza: Porque eu sei que estavas comigo e mantendo contato com ela. Sei que vocês se amam, aliás, sempre te falei isso. Mas sinceridade ainda é um princípio. Principalmente quando você recebe isso das pessoas, como foi o meu caso.

Balela: Mas de verdade, Lu. Eu queria mesmo era te dizer que gosto muito de ti, que nunca menti pra ti [?]. Gosto muito de ti. Maas… (silêncio).

Luiza: Sabe o que eu não entendo. O porquê dessa ligação. “Tô com saudade”, “Como eu chego aí no lugar tão tão distante?”, “Voltei com ela”, cadê o objetivo?

Balela: Não sei, só queria te dizer isso. É melhor eu desligar.

Luiza: Ok. Beijo. Tchau!

Tudo que Luiza conseguia pensar uma hora dessa era: EU JOGUEI PEDRA NA CRUZ? Cuspi na cara de Cristo? Sou parente do Pôncio Pilatos?

Porque ela só conseguia ver algumas poucas e alternativas e todas elas muito desagradáveis para esse sujeito.

a) Esquizofrenia, dizem que pessoas com esse mal podem desenvolver várias personalidades.

b) Alucinações, daquelas que aparecem na cara da vítima letras de néon rosa: Venha! Deposite aqui o seu esperma.

c) Lobo em pele de cordeiro.

Seja o que fosse, ela só queria que ele se desprendessem daquele corpo que já não mais o pertencia, não se importava nem se interessava por aqueles sentimentos confusos e sádicos.

Beijo, querido. E por favor, não me liga

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Apaixonadíssima

Por vivi

Percebi que depois de todos esses anos, me apaixonei por alguém que nunca imaginaria que pudesse conseguir.

E como toda paixão, só consigo pensar nessa pessoa, nos amigos dela, viver os planos dela. Como é legal, mas dessa vez a pessoa não é do sexo oposto. Nem sou homossexual. A paixão é por mim, Euzinha da Silva.

Peço desculpa a todos que cruzaram o meu caminho nesse momento. Eu como toda boa apaixonada, não consigo ver nada além do meu ser amado. Quero apenas, satisfazer as minhas necessidades e de quem participa da minha vida. Amigos e família. Somente isso. Tento, me esforço, faço de conta que tá tudo normal, Vivi 2007 – a eterna e excelente apaixonada. Se jogava de cabeça, achava que ia casar e ter 17 filhos, e que sempre era o carinha certo.

Péééééén! Resposta errada. Relação errada. E lá se vai mais um desencontro.
A verdade é que, quesito paciência: ZERO! Quesito: Disponibilidade para encontros românticos: ZERO!

Eu quero meu poder de ir e vir. Decidir o que fazer da minha vida. Sair com os amigos, viajar, dançar até cansar, rir bem alto, usar mini saia, ter um grupo de amigos onde só eu sou a mulher do carro, convidar minhas queridas, Lora e Moara – Consultório Emocional LTDA, pra tomar aquela gelada de quarta (?), sem ter a preocupação de ter que ligar e avisar ninguém. Nem inventar as mais bem elaboradas desculpas. Não agüento mais DR’s, gente peloamordedeus, como é que eu conseguir fazer tudo isso um dia? Eu mudei tanto, sou tão diferente até mesmo pra mim, que me apaixonei.

Pois é Santo Antônio, agora não dá. Gastarei todo o meu dinheirinho que antes era investido em constantes presentinhos surpresa, com roupas super legais, livros, dvd’s, gente tudo pra miiiiiim… meu quartinho cheio de coisas legais pra gente usufruir…. Ai, quanta felicidade com essa minha nova paixão.

Chega me olho e me vejo mais bonita no espelho, não sei se por estar apaixonada ( e vocês sabem que paixão nos deixa cego) ou se por realmente estar mais bonita por conta da paixão. Hehehehe, difícil filosofar quando receptor e emissor são a mesma pessoa.

Enfim, não vou tentar dar testada em ponta de faca. Mesmo que meu vicio seja sempre construir relações, as vezes as mais bizarras possíveis, agora só quero eu. Decidi levar em frente os meus mais audaciosos planos, morar longe, investir na carreira que sonho. Arriscar ser tudo que lá dentro da minha fértil cabecinha sempre quis. Cortar de verdade o cordão umbilical, da cidade que me acolheu, da família que me ensinou a ter as maiores virtudes que admiro num ser humano. Dos amigos que nem consigo explicar o que são pra mim, por serem ao meu ver, fragmentos do meu próprio ser. Vou me arriscar por esse amor. E espero que esse seja eterno enquanto dure, porém não mais mortal, posto que é chama.

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Socorro!
Ilustração de Moara

Por Vivi

Até que isso tudo começou engraçado, mesa do Cosanostra, red bulls depois de algumas várias cervejas no zeronãoaguentomaisvinteum e uma canção que dizia tudo a respeito desse grupo de meninas contemporâneas. “Socorro alguém me dê um coração, que esse já não bate nem apanha…”.E bem que elas riam, demais, afinal, pra quem já sofreu tanto por amor, pra quem viveu uma adolescência e um começo de juventude chorando e ouvindo coisas que vão do Roxette a Chico Buarque, respectivamente, era até uma ótima emancipação não sofrer tão cedo. Mas, o contraponto é que: já não sentiam nada, “não vai dar mais pra chorar, nem pra rir”.

Uma espécie de cristalização entorno de todos os sentimentos. Mulheres, do mesmo grupo social, mesmo costumes, mesma bagaças, mesmo gatinhos muitas vezes, não sentem mais nada. Parou, parou, parou. E isso não é gostoso. Se por um lado sofrer dói, amar é sofrer também, já dizia o mestre de assuntos emocionais, Vinícius de Moraes. Logo, não sentir nada, significa também, não amar.

E não estar aberta ao amor significa algo mais escroto ainda de admitir, alguns desses últimos rapazes com quem ela se relacionou e não deu certo ultimamente, talvez nem tenham tido tanta culpa de não ter dado certo. Já pensou de quem pode ter sido?

Ela percebeu isso assim que ouviu todas as frases dirigidas a ela no último domingo. Pós bagaça, depois de uma semana inteira com um gatinho inteligente, legal, engraçado, romântico, entre outros adjetivos, eis que resolveu fugir, fugiu rápido, de um sábado à tarde a um domingo de manhã. Mas foi tempo suficiente pro gatinho legal, inteligente e blá blá blá entender que não, ela não serve pra ele, afinal, ela é tão calada, tão distante que não pode estar dando tanto valor quanto ele. E ele desistiu.
Desistiu e fez com que ela sentisse alguma coisa. Percebeu que de todas as falhas que já tivera antes dessa ruptura emocional nenhuma a deixava tão frustrada quanto essas “tocas” dessa nova fase. As pessoas agora desistiam dela, porque ela agora se fazia por desistir.

Ela nunca tinha sido assim, tinha passado por namoros que vão desde a paixão avassaladora com cartas quilométricas até um pseudocasamento que não suportou as verdadeiras estruturas do mesmo. E ela sofreu, sofreu, chorou, passou noites conversando com as amigas, os amigos dos namorados, os garçons, com quem pudesse esclarecer pelo menos um pouquinho por que amar dói tanto.

Ela percebeu entre muitas coisas que essa dor era tão aguda, que por muitas vezes chorando ela jurou nunca mais querer amar, sim, ela queria virar uma doida, sem rumo “mulher folhetim”. Mas de nada serve todo esse discurso se no fundo, no fundo, tudo que ela mais gosta é de se apaixonar. De conhecer as pessoas e de deixá-las entrar no seu mundo.

Assim ela percebeu que de uma maneira ou outra, os traumas aparecem primeiro pros outros que pra nós mesmos. E que sim, dor traumatiza, independente da origem ou razão. O novo segredo pra ela agora não é sentir ou não sentir. E sim, saber voltar a sentir, voltar a amar sem ter medo da dor, que por mais amarga que já tenha sentido, nada é mais sem gosto, que nada sentir… “Nem medo, nem calor, nem fogo. Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir”

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Paradoxal…

Por Vivi

Na verdade, essa não é a única figura de linguagem que eu vou precisar para descrever esse amor, palavra essa que uso como maneira de tentar definir o que eu nem sei até hoje, uma relação que não precisava nem de títulos, por nenhum caber e nem explicar o que há até hoje entre nós… Sinestesia seria bastante explicativa, pelo misto de coisas, sentimento cheio de sentidos, de todos eles… Eu bem me lembro, apesar de todas as amnésias alcoólicas que tivemos juntos, de cada exploração de sentidos que tivemos, começamos com tato, audição e olfato, afinal, se conhecer dentro de um reggae dançando, sentindo o aroma da pele do outro, onde cheiro de suor, cerveja e cigarro contrastavam com um perfume importado, as músicas embalando nossos corpos, os beijos que nem sei bem onde começaram e nem quando foi o último.

Quantas vezes entramos em seu carro para sair sem destino ouvindo apenas as nossas músicas? Podia ser Amy Winehouse ou Radiohead, coisa que já adorávamos separados e juntos serviu como nossas trilhas. Lembro da nossa cara de felicidade, embriagados não só pelo álcool, mas pela paixão que nos consumia…

O cheiro de cupuaçu no carro e mais algumas frutas, que você sempre explicava que era quando seu pai trazia do sítio. Olfato, sentido que você fez aflorar em mim… Sempre te dizia isso, “tu tens uma liga com cheiros…”, e assim passei a ficar, tanto que mesmo depois de separados, e num auge de mágoa que podia sentir por ti, foi assim que te cumprimentei num reflexo inconsciente quando te revi pela primeira vez, te cheirando. Lembra que antes dos nossos beijos sempre viam os cheiros? E o aroma de trident de melância que nos viciamos juntos… Ninguém pode ter esse hálito que não seja você, e sei que com certeza são dos meus beijos que você sente saudade quando sentes esse mesmo cheiro no ar.

E os gostos? De cerveja primeiramente, mas de tanta coisa também… Como era legal sair comprar milhões de guloseimas, voltar pra casa e comer uma por uma, e entre cada uma delas, um beijo pra registrarmos na boca um do outro esse gosto… E olha que não sou daquelas “descoladas” que comem de tudo, bem sabes disso… Mas, comi até pirarucu contigo, era de tudo, pizza de escarola, chocolate (daqueles bem pop, só pra te ver revoltado com a minha escolha), quiche, tortas, tudo… Com direito a receber na boca, de tão sutil que era… Café da manhã na cama… Pra enfatizar um bom dia que estava por vir…

O seu forte, a audição, quantas coisas conheci ao seu lado, jazz, lounge, soul, enfim, nem sei quantos gêneros classificar aqui… até hoje mostro toda cheia de mim algumas dessas descobertas, “Conheces Pedra Branca?”… Tantas foram as músicas com direito a tradução algumas vezes “Like a little old fashioned music box/With just one tune to play/My heart keeps singin’ I love you/Twenty four hours a day”, até o que eu já conhecia foi complementado com você, como nas vezes que você com toda sua vontade de me irritar usava as músicas para me alfinetar “When i think of all the times/I´ve tried so hard to leave her”. Tudo era sempre composto por uma bela trilha, a nossa cara, super-ultra-mega-plus-depressivos… Ao ponto de se levantar da cama de madrugada, pegar uma carteira de mallboro light, (o nosso meio-termo entre meu carlton red, e seu mallboro vermelho) e se encostar na janela, ouvindo “I might be wrong” ou “ Morning bell”, sempre com comentários, “essa é do caralho”, “pode crer, lindinha”.

O meu forte, visão, coisa que desfrutamos muito bem, também. Minha memória fotográfica quase lotou o HD de tanta coisa que eu gravei… Das noites amanhecidas no bar do parque, das manhã dentro do carro, do reflexo do espelho de um quarto de motel, dos filmes, coisa que não pode ser lembrada antes das eternas sessões na fox à procura dos filmes “ já viu esse?”, “muito doido, né?”, “ o horror”… E nessa continuávamos durante hora e meia, ratificando o título de casal indecisão… “ escolhe…” “não, por mim tanto faz…”. Lembro tanto de tudo, das farras, dos olhares, do contraste, por isso mil vezes fiquei caladinha, viajando, era um momento de registrar tudo que estava acontecendo.

A pele, o tato é pra mim até hoje sem dúvida, o sentido de todos eles que mais nos aprisionou… Como já dizia Pixies, “We’re chained”, só de encostar meu braço no seu, minha perna na sua, nossas bocas, nosso colo, era como se todo o abismo que existisse entre nós fosse destruído em questões de segundos, juro que a nossa pele, nosso carinho, nosso sexo, segurou a gente durante a maior parte do tempo, vontade de estar abraçados, roçados, grudados um no outro, como se ali, não houvesse maldades, guerras, a úlcera do mundo. Não tinha uma única noite ao seu lado que meu corpo não pedisse o seu, e acredito totalmente na recíproca, sei de tudo que há de recíproco entre nós. O peso que cada sentimento tem no seu lugar.

E mesmo com tudo isso, não conseguimos… Apesar de tudo que há de mais comum e admirável entre nós, nossa falta de força, de paciência, de disponibilidade nos deixou assim… Misturando mais uma vez os sentidos… Saudade amarga. Lágrimas salgadas. Doces lembranças… Sinestesia.

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Uma Viagem em minha vida

Por Vivi

Às duas da manhã da minha última segunda de férias e em São Paulo, resolvi colocar uma musiquinha daquelas que são a cara de filme pra escrever (…) Caso vocês queiram compartilhar da liga genuinamente, ai vai música:

Depois desse “loop” emocional em que me encontrei esse fim de 2007, percebi muitas coisas. Algumas até poéticas, outras bem grotescas. Mas no final, todas verdades, pelo menos para a minha vida como está hoje.

A primeira é que a dor vai estar sempre ao nosso lado, a diferença de se sentir maduro mesmo vem no momento em que aprendemos a lidar com ela. Confesso a vocês que até hoje (…) é como se eu tivesse vivendo uma espécie de transe, meio entorpecida, anestesiada e isso me fez tornar tudo mais fácil.

Até quando escuto coisas que me afetam (…) procuro abstrair, respirar, chorar enquanto ninguém vê e levantar de novo. Esse foi meu segundo passo. E tenho me esforçado para virar gente mesmo. Terceiro passo: largar meu maior vício, a mania eterna de depender dos outros, pra sair, pra viver, pra amar. Agora não! Resolvi que até mesmo quando me assusto, eu tenho que meter a cara.

Durante esse mês eu saí de táxi só, numa cidade imensa como São Paulo, a procura de distração. Fui a praia sozinha também, peguei metrôs ao som de Radiohead, Moska, Amy Winehouse ou qualquer outro som suicida desses que eu, masoquistamente, adoro!

Mas o que importa disso tudo é que eu estou me dando oportunidade de crescer de fato. Têm horas que enfraqueço um pouquinho e me dá vontade de saber, estar por perto ou até mesmo inventar o que falar. Consigo segurar essa vontade dois segundos e isso já é tempo suficiente pra eu perceber que não vale a pena.

Esse foi o penar mais forte e mais gostoso que eu já passei. Não sei se ainda vem mais dor por aí. Até agora eu reagi muito bem. Acho que o que eu sempre disse que ia acontecer, aconteceu.

Depositei todas as minhas fichas e na hora que eu tive coragem de me desligar de tanto sofrimento mesmo abrindo mão de um amor e suas conveniências, eu chorei, me levantei e recomecei. E olha que essas conveniências quase fodem com tudo.

Meus maiores surtos de sofrer, de achar que não ia agüentar, foram na falta dessas conveniências. Alguém que cuide, proteja e o que é melhor, (ou pior dependendo do ângulo) é que essa viagem que fiz foi só com casais.

Então na hora do aperto ou das manifestações afetivas, sempre quem sobrava era eu, seja pra sentar numa cadeira de duas pessoas, levar uma sacola grande, se proteger do frio etc. Tudo, tudo isso. Me doía na espinha a falta de alguém e era nessas horas que eu me escondia para fumar um cigarro, bater fotos, tomar banho de mar, qualquer desculpa era suficiente para me largar no choro. Quando voltava, já estava mais forte e cada vez menos impaciente com essa situação.
Para piorar, todos os doidos que eu agarrava, eram idiotas. Acho até que inconscientemente era por isso que eu procurava, por homens que não me representassem nada, daqueles que francamente, eu não acordava com a mínima vontade de saber de nada: telefone, orkut, msn. Nada! Peguei o telefone de todos, mas não dei o meu a nenhum.

Numa dessas ressacas morais, intelectuais e principalmente físicas, me deu liga torta, comprei uma passagem para dali a dois dias, mesmo com uma outra já comprada, somente por estar sentindo a solidão forte demais, presente demais. Foi um surto de correr pra baixo das asas dos pais.

Exatamente nesse dia, como que num passe de mágica, a princesa cansada de ver sapo, acaba encontrando um príncipe. Sim, conheci um príncipe! Ele é muito fofo, engraçado, inteligente, bonito, estiloso, cheiroso. Mas quem disse que eu ainda tenho coração?

Realmente, agora eu não consigo querer laços com ninguém. O que mais me encanta nesse moço é o poder que ele teve de resgatar minha vontade de um segundo dia ou terceiro. Ele colocou um pouco de açúcar e afeto em meus dias por aqui e só depois dele e não necessariamente por ele, vivi a melhor parte da viagem.

Conheci vários amigos que me divertiram. Desde um hétero maníaco por sexo, até as mais variadas bichas. Todos gente muito boa e maluca. Eles arrancaram minhas melhores gargalhadas e minhas piores pérolas. Mas, mesmo com toda essa empolgação, quis me livrar um pouco do gatinho e sua turma.

Acho que a opção de ser livre hoje é a única que eu não consigo me desfazer. Percebi que a solidão é nossa única companheira pra vida inteira. Então que ela seja a mais legal das solidões, a solidão opcional mesmo.

Acabei até magoando esse mocinho, mas não pega nada. Ele me entende. Agora, o lado mais sacana dessa história: eu estou virando um monstro, daqueles que abraça o acompanhante para olhar pra outro.

Vocês sabem tanto quanto eu que essas são as mulheres que mais se dão bem. Cansei do posto de coitada e é só isso que quero: ficar bem, sem machucar ninguém, mas principalmente sem me machucar.

No mais, corro pra Belém ansiosa em resolver minha vida para em breve estar partindo. Égua cara, o mundo é muito grande e como diz a Mayra: “o mundo precisa nos conhecer”.

Essa viagem foi só pra dar o gostinho, de conhecer gente nova, ver novos lugares e ter novas idéias. O mundo cheinho de gente e conhecimento, a necessidade incrível de passar por aqui e deixar alguma coisa, seja como pessoa e como profissional. Saber que você vai ser falada em uma mesa de bar ou a de um escritório, fazer valer a nossa humilde existência.

Essas são as minhas metas agora e acreditem, vão rolar e vocês não se espantem de um dia ver a vida de vocês em uma tela de cinema, eu juro!

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Para os amigos saudosos,

(Carta de uma grande amiga das ohvarianas)

Até que enfim consegui. Depois de todos esses dias, querendo desesperadamente conversar de verdade com alguém, escreverei para vocês meus amigos, que estão ao mesmo tempo tão longe e tão próximos.

Na verdade, entrei num casulo. Nada muito profundo consegue chegar. Tô numa de apreciar as superficialidades. O que tem refletido em tudo: faculdade, família, trabalho, amizades e amores. Não sei bem se por ter sede de querer fazê-las todas ao mesmo tempo, ou se de ter me empanturrado de todas.

Viver tudo tão depressa de certo modo me anestesiou. E esse meu constante torpor já se tornou tão claro que tenho me prejudicado com as conseqüências. Sabem que tem gente que até anda preocupada com meu comportamento? O que acontece é que mesmo assim, não me considero menor ou menos humana por tudo isso. Aliás, me considero até mais normal agora. Só que me deixa incomodada com essa novidade é que ando mais confusa, instável e muito, muito mais impaciente.

É foda. Fico olhando umas tolices ao meu redor, um menino falando merda, uma amiga chorando, chorando e não fazendo nada pra finalizar essas dores; uma galera que por mais engraçado que pareça, está à procura de uma coisa, mas sempre reagindo indiferente e conquistado tudo oposto ao que diz querer.

Todos os dias que eu saio com pessoas de neurônios ativos. Percebo que a busca por menos superficialidade existe, mas é tão difícil que ficamos assim, estagnados e num ciclo que é tão vicioso quanto escroto.

No começo até que é legal, engraçadão- “iuurrrulll todo mundo solteiro..” – mas depois, quando realmente precisamos conversar, trocar idéias, conhecimento, cadê? Não é de se espantar essa minha amargura, não. Bichinho danado em extinção, esses seres humanos. Lembram deles? Sensibilidade, calor humano, afeto, cumplicidade.

E reclamo! Não de barriga cheia e sim pela falta de ter como enchê-la. Mas digamos que eu esteja “meio satisfeita” por ainda ter pessoas que conseguem evoluir um bate papo, via msn, mesa de bar ou casa de amigos (…). Os demais, se não estão ausentes geograficamente, estão fisicamente, ou eu estou, sei lá.

A verdade é: cansei, cansei de ser boa, cansei de ser legal e cansei de ser sexy (trocadilho infame vale, né?!). Queria emoção de verdade, grupos de amigos, como vocês, que se metiam na casa do TT, com uma garrafa de vodka e muito pra conversar, de ver o pôr-do-sol e levar a Paulinha pra tomar seu santo sorvete da Cairú, de olhar ao meu redor e agradecer a Deus por tudo que me foi dado. Belém tá um saco sem vocês, e eu, tô mais ainda…

Contratam-se urgentemente, pessoas interessantes, ou então, desse casulo não tem borboleta que sai.

Amo vocês.

Vivi

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