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Archive for the ‘Lora Cirino’ Category

Por Lora Cirino

O que mais me dá raiva não é nada não, é esse cantinho da tua boca que teima em subir com esse charme terrível toda vez que tu falas. Me deu uma raiva tão grande na primeira vez que eu percebi que eu não estava conseguindo escutar nada ao meu redor, porque os teus olhos meio caídos, desviando o olhar a toda hora me davam tanta fraqueza nas pernas, que abalavam minha audição. Me deu tanto ódio perceber que eu tava totalmente perdida, que eu não queria querer mas que muito menos conseguia evitar que todo mundo percebesse. E aí as coisas começaram a sair da minha boca, eu tentava parar, não conseguia. Como se não fosse suficiente, veio um sorriso terrível entre um gole e outro, esfriou minha espinha, eu sabia que meus cílios tremiam de tanta vergonha e pior, de tanta vontade de entrar em ti e, como diria uma amiga minha, te comer com colherzinha.
Eu desviava o olhar pra toda aquela multidão, pra toda aquela festa e música, alguma coisa tinha que me chamar mais atenção que tu, até que, de novo: o olhar, o canto da boca, o jeito de falar, os olhos caídos e não tive outra escolha a não ser entrar em ti e me enroscar com toda a força possível, morrendo de raiva daquela situação. Aquela vontade de não sair nunca mais dali e principalmente aquela maldita fraqueza nas pernas.
Só estando ali, dentro de mim pra entender o que estava havendo, entende? Lógico que entende! Não tinha como! Não dá pra evitar o inevitável, porque é feitiço sabe? É isso, seu bruxo maldito! Bruxaria, coisa ruim, hipnose.
É por isso que me sinto quase a Luana Piovanni e te digo: mantenha distância.

 

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Sapatos

Por Lora Cirino

Dia desses, por acaso vi uma foto tua. Não, eu não a tenho, não deu tempo de construirmos nada, mas tu me desconstruíste rápido. Quero colocar a culpa no pouco, quase nada que passamos, mas não dá, pelo simples fato que em muito tempo, tu foste o único que despertou um sentimento tão puro e fofinho em mim, parecia amor. Não! Não posso ser idiota e chamar de amor, eu acho que sei o que é sentir amor, eu já senti! E uma noite de poucas horas não pode definir tal sentimento.

É, vai ver que eu inventei que tu és o que eu quero ter, quero muito. Tento parecer que quero, mas ninguém enxerga isso, ninguém me leva a serio e a culpa é minha, que tentei construir a imagem da independência, toda ela e consegui, que ironia! 

O que eu entendo muito bem é que há muito eu não sentia um beijo tão puro e uma vontade tão grande de cuidar. O sorriso solto nos lábios, o mundo esquecido ao nosso redor. Eu, que criei uma vergonha idiota de demonstrar sentimentos, naquele dia escutei: “e aí, vocês vão casar hoje mesmo ou o quê?”. Por mim sim, casaríamos. Finalmente eu havia encontrado alguém, que eu nunca tinha visto, mas que não precisava disso.

Eu sentia vergonha alheia pelos teus sapatos, os mais ridículos que já vi na vida. Sentia um pouco de vergonha pela tua idade, mas não haveria problema, porque nós tínhamos nos encontrado no mundo e de repente éramos a certeza um do outro e não conseguíamos nos separar por nada.

Era estranho ver alguém no meio dos meus conhecidos que eu nunca tinha visto, foi quando eu descobri que nossas fronteiras eram distantes e que a partida era próxima, uma hora aproximadamente. Uma hora. Eu não merecia te conhecer e te desconhecer em uma hora. Em uma hora me deu infinita tristeza e infinita alegria por ter te conhecido. Tu foste o meu entorpecente daquela noite.

Houve promessas e conversas posteriores que se foram como sempre acontece, sem um adeus, uma explicação, nada. Nossos corpos se conheceram muito pouco, nunca ficamos sozinhos, nunca fomos ao cinema, eu não conheci teu avô e nem tu a minha mãe e isso não vai acontecer. Mas eu te agradeço por ter me despertado, mesmo que tão rápido e tão lindo.

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Por Lora Cirino

 

Eu sou estranha e sou grosseira, antipática de natureza. Desde criança carrego o fardo: ”Ô Lorena, você corta as pessoas”, “Ô Lorena, tudo você critica”, “Ô Lorena, você é grossa”, na hora me dava vontade, como continua me dando de dizer e dizendo: ”Pra começar não é grossa, é grosseira…”.

A verdade é que cresci – não muito é verdade – e continuo assim, ríspida, direta e acreditando que gente de humor ácido vai pro céu e que o Shoe me e o Te dou um dado? são os melhores blogs da internet.

Algumas das minhas amigas, algumas, pois a maioria são assim, malvadinhas que nem eu, (ah, os meninos também), dizendo que isso é feio, que eu tenho que mudar, mas mundo, pare e me escute: eu gosto de ser assim, eu acho muito legal você conseguir criticar as coisas, acho muito legal enxergar várias coisas ao mesmo tempo, acho legalzão demais não gostar de quem eu não acho que preste e assumir isso e acho muito divertido dizer o que penso quando isto merece ser escutado. Pra mim, o nome disso é sinceridade. Não tenho a pretensão de mudar, certo? Obrigada!

 Eu não assisti Tropa de Elite, ainda atentei, mas não consegui, tive preconceito logo de início com as músicas – ou a música, sei lá – com os diálogos que as pessoas INSISTIAM EM TRANSFORMAR EM PIADAS e eu insistia e não mover um único músculo da face quando as escutava. Só não peguei abuso do Wagner Moura porque, né gente? Fazia ele fosse como fosse, delícia.

Não gosto de gente que se acha engraçada, prefiro gente que é engraçada e se acha chata, gente com piadinha pronta, que todo mundo ri amarelo por obrigação de rir… Não sei o que acontece, de repente a minha cara fecha, fecha muito, os músculos se retraem, olho para um lado, para o outro, os olhos reviram, parece uma nova espécie de alergia. Urgh.

Meu estômago dói quando tenho que repetir as coisas, ainda mais no MSN, onde existe uma barra de rolagem para você ler o que eu já escrevi. Ok, esse erro cometo toda hora, mas eu posso 😀

Tenho agonia de coisa que não combina, veja bem, misturar estampas, cores, texturas é lindo, é moderno, é fashion, é atual. Na moda e na propaganda, que são meus dois mundos, isso ta cada vez em mais evidência. No entanto, xadrez cor de rosa e branco com xadrez laranja, roxo e azul, perna cabeluda e sandália grendha, definitivamente não é legal pra cara de quem usa. Eu entendo o espelho como um grande amigo e conselheiro, tem gente que o vê como um grande inimigo, que pena.

O mesmo vale para arte, treze fontes diferentes, com fundo degradê do rosa pro laranja e o produto no meio com uma explosão escrito: “OFERTA”, também não é muito bonito.

Mas com tudo isso, não crie antipatia por quem vos escreve, eu juro que sou legal, de vez em quando…bem de vez em quando.

 

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Por Lora Cirino

 

Tem dias que a lei de Murphy acontece só que meio ao contrário, as coisas saem erradas, mas dão certo. São esses dias que acho  que a vida vale a pena mesmo. São pequenas coisas, extremamente engraçadas, que entram pro ranking do “contar pros netos”.

 

O exemplo mais clássico de todos é aquele velho e bom, que no dia que você não vai dar, sua calcinha é linda, no dia que você nem pensa que vai dar, mas vai, sua calcinha é vermelha com listrinhas coloridas na bunda combinando com aquele lindo sutiã que você tem há três anos e que por acaso é ROXO, ainda bem que existem 20 reais perdidos na sua carteira e rapidamente eles podem se converter em calcinha e sutiã pretos…ou não, nesse caso, fodeu! Ou não.

 

Claro também que quando você vai ao supermercado logo após o banho, cheirosinha, você não dá de cara com ninguém conhecido, no entanto, experimente ir ao supermercado depois de, vejamos… acordar de uma micareta, com aquela bota de lama na perna, cara de ressaca, resto de maquiagem parecendo um panda e grudenta, depois disso pense: “é só um kg de açúcar e é aqui ao lado”, logo após vá ao supermercado. Aquele gatinho que você vê uma vez por ano e que é seu “muso” (masculino de musa, saca?), por  acaso vai estar lá, não é que a danada da irmã dele resolveu dar a luz naquela maternidade perto da sua casa e o fofo foi comprar fraldas? Pois é, ele vai te dar um abração e dizer: ”Nossa! Você tá diferente” e você claro, não vai fazer a piadinha do isso é bom ou ruim…como se precisasse de resposta.

 

Tem aquele dia também, que o antigo bote resolve que você é linda, amável, delícia novamente e vai dormir na sua casa, lógico, que o vidro do carro (novo) quebrado, agora já sem o som na porta da sua casa, não é o do vizinho bregueiro-rabugento-manicão, é o dele, do gatinho, óbvio! E é claro que, a não ser que seja de bike, nunca mais o gatinho irá te ver na madrugada.

 

É, Murphy, você é mesmo muito gozado.

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Por Lora Cirino

-Hahahaha. Da outra útima vez tu disseste isso.
– É, só que da outra vez eu gostava de ti, agora não.

Uma noite extremamente mal dormida e bem vivida, combinação de ácaros do apartamento fechado, lembranças sem dor e uma força absurda de corpos se debatendo.

Ainda bem que o espaço era novo, isso fazia tudo ser diferente, tua nova casa me representava tua nova vida e me levava para longe de ti. Não existia mais a mesma música, a mesma porta que teimava em abrir, nem os cheiros dos lençóis, nem tínhamos que entrar na beira do pé. Agora éramos 32 anos mais adultos, o tempo era enorme, mas nada que termina como terminamos tem um ponto final de verdade. A tua nova tatuagem ficou bonita, adorei! Mas até isso te fazia diferente, até porque agora eu tinha que dormir do outro lado, para não te machucar e depois percebi que nem olhei a outra que eu tanto gostava. Pintaste meu amigo, mas continuas igual, não mudas teu repertório e isso nos faz rir.

-Tás com sede? Tás bem?
-Tô com sede, mas também tô com asma e tu?
– Tá gelando lá, vamos esperar. Eu sou muito burro, devia ter colocado antes. (falas pra dentro, como sempre)
– É. Tu és muito burro mesmo. hahahahaa. Tás com sono?
– Não. Passou.
– Então fica acordado comigo um pouco.

Teus planos eram outros, espero que dessa vez se concretizem, só pra eu poder te admirar também, além de todo o resto. Agora sem sofrimento, sem dor, ou melhor, com dor, de tanta força que a gente fez.

Me deste um susto porque de repente era aniversário e tu estavas igual a antes, aceitei o desafio e vi que não dava pra sair dele, nossas risadas, os teus braços, meu preferidos, as minhas pernas, tuas preferidas e as nossas lembranças, principalmente das manhãs “dredadas”, com cabelo de surfista e música.

Continuamos achando engraçado o jeito que a gente dança e age, porque parece que não passou nem um dia, apesar dos anos. E aquele fato de não falarmos nada é melhor ainda.

Te olho por um tempo, percebendo minha diferença no espelho e minha indiferença no coração. Não adianta, até agora ninguém te vence, continuas sendo o melhor, em tanto tempo. Pego minhas coisas e te deixo dormindo, sem necessidade de te acordar, nem dramas, nem nada. Agora eu já consigo te beijar sem te acordar . Sair, bater a porta sozinha, deixar a chave lá dentro, não te telefonar e com tudo isso, não sentir nenhuma dor.

É bom descobrir as modalidades que um amor pode alcançar.

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Escrevo essa carta, pra te contar que hoje nós vamos fazer uma festa surpresa pra ti, esquecemos o bolo mesmo, então pronto, a gente encomenda uns salgadinhos de pedra, que achas? De lá nós vamos dar uma passadinha no solamar e vai ser perfeito. Não! Acho que talvez seja melhor a gente juntar todo mundo na tua casa, inclusive a “maninha” vai estar lá, a Moara vai estar de rasta, e depois, como são teus 18 anos, vamos tirar fotos fingindo que você está consumindo substancias ilícitas na sua identidade e fumando cigarros, vou até pintar meu cabelo de pink para a ocasião. Como é teu aniversário, tu podes até contar para seres semelhantes ao boneco de Marituba que eles, sim…são semelhantes, aí nós enfiamos nossa cara no buraco e pronto, tudo certo! Mas, se você preferir, podemos ir beber tequila na frente da Unama, chorar e cantar músicas sertanejas, mas peço logo que leves uma grana extra, pois o táxi vai custar uns 60, 70 reais…Se achares que o “campus 3” tá muito ralé, podemos ir no strike beber tequila também, mas por favor, dessa vez não vai arrancar a unha do pé com aquele incrível passo na cadeira, ir ao hospital e voltar com tequila escrito na receita, pode ser?
E se tu preferir viver tudo isso, mas não der, fecha o olho e deixa rolar esse filme que já dura tantos anos, pra sempre.
Ainda bem que existe computador, ou a carta estaria toda molhada de lágrimas.
Te amo, feliz aniversário, metade.

Dedicada à pessoa que me fez verdadeiramente entender o que significa: ”to aqui pra tudo, sempre”. Só não digo que é a ohvariana mais linda de todas, porque a disputa é ferrada.

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Por Lorena Cirino

Domingo passado teve uma “Festa do Navio” aqui por Belém, a proposta parecia ótima: Um barco, vários e corpos e …axé, pagode. Daí já me deu medo! Além do que eu odeio a idéia de me aventurar em lugares nos quais eu não posso sair (fugir) se quiser.

Já de noite, Anna Carla me liga pra um lanche maroto, escolhemos um delicioso X-calabresa do Biga’s. Erro! Um dos maiores da semana. Erro maior do que todos que cometemos no sábado, e não foram poucos, nem discretos.

Pois bem, toda a população do tal barco encontrava-se lanchando, bêbados, no mesmo lugar que nós, pessoas coloridas, de franjinha e intenções que vão do rock ao chorinho.

Depois da visão infernal, angústia, medo, pena da atendente e um misto de sentimentos nunca antes degustados, partimos com algumas perguntas pairando em nossas cabeças rock-regueiras:

– As pessoas perderam a camisa na festa?
– Era proibido ir de camisa pra festa?
– Era obrigatório ir de boné pra festa?
– Se você não estivesse de boné e fosse do sexo masculino, era obrigatório ter luzes nos cabelos?
– Por qual motivo homens fazem luzes e/ou alisam os cabelos?
– “Bomba” é barato?
– Era obrigatório ir de shortinho, salto de acrílico e blusas de viscolight?
– Quem inventou o salto de acrílico?
– Quem inventou a blusa de viscolight com estampa prateado-dourada?

Aqui fica a dúvida e o meu singelo protesto.
Obrigada!

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Por Lora Cirino

Eu sei que tu nunca vai ler isso, nem mesmo saber que existe, mas de alguma forma preciso te falar que te amo e tenho um orgulho absurdo de ti. Se nós não damos certo, paciência! Não somos as primeiras nem seremos as últimas.
Feliz ou infelizmente, eu virei tudo que tu não foste e isso acaba nos afastando, paralelo a isso eu sou o cúmulo da ‘tolerância zero’, da ironia e do orgulho e tu és dramática, o que me irrita profundamente, eu sou prática e ponto.
Além disso eu não sou uma pessoa boa de se comprar briga, porque se tem uma coisa que eu sei fazer bem, é ofender e não me orgulho desse “dom”, nadinha.
Mas o que tu precisas saber é que eu te amo que se eu tenho força nessa vida é pelo teu exemplo, se eu sou vendedora nata e trabalhadora absurda é por tua causa, pelo teu exemplo, pelo que és. Tu és o maior exemplo de luta e vitória que eu tenho, não “tem pra botar”, se hoje eu e ele somos tão unidos, mesmo tão diferentes, é porque tu eras sacoleira, e nós ficávamos na repartição juntos, almoçávamos juntos, éramos amigos. Se eu sou próxima de Deus, mesmo tendo estudado – e com isso aprendido a pensar e duvidar de tudo, de todos, de dogmas e “verdades absolutas” -, gostando de farra e tudo que me afastaria dele, é por causa de ti, pelo que me mostrastes, pelo que és. Tu és linda, és legal, todo mundo te ama. Só preciso te dizer que apesar de todas as merdas que a gente se fala e se faz, eu te amo. Te amo muito, me orgulho muito.
Quero te pedir desculpa por tudo que sou, que faço, que te machuco, mesmo sabendo que eu sou um dos grandes orgulhos da tua vida e que hoje os papéis se inverteram, só que eu ainda não consegui, com todo o meu egoísmo, a me acostumar com isso. Porque eu sou assim, sou ruim! E é difícil, como é difícil.
Por favor, não esquece por merda nenhuma que saia da minha boca que eu te amo, que eu te amo pra caralho , que tu és a minha menina e a minha mãe.

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Amor ao amor

Por Lora Cirino

Ainda lembro como era, lembro mais ou menos, mas lembro. A gente se olhava bem forte e dava vontade de sorrir, tocar era a melhor coisa do mundo, segurar na mão. Andar de mãos dadas me trazia força e segurança. As festas tinham mais graça, elas terminavam em amor. A gente se divertia junto até tudo acabar e voltava para casa. Se eu acordasse de repente assustada, tinha certeza de te ter ali. Aqueles telefonemas, só para saber como cada um estava, eram gostosos demais, como já disse, eram certeza.

Hoje ouvi de uma amiga que ela está apaixonada e sendo correspondida, como me deu alegria por ela, que já não mais sabia o que era isso e saudade de ter isso também. Logo eu, que nunca soube viver sem você. Realmente era tudo mais cafona, só que mais gostoso. Tenho medo de ter desaprendido a te ter, medo de verdade, já confidenciei isso para algumas pessoas. As dores que passamos juntos, as brigas, as reconciliações. Que saudade do teu cheirinho, do teu gosto e de fazer amor contigo.

Morro de medo confesso, medo de nunca mais te sentir. Acreditas que eu já fiz força pra te sentir e não consegui? Obriguei-me a te ver em algumas pessoas, mas não era verdade, logo descobri. Caramba! Será que para sempre vai ser assim? Sem ti, sem aquela graça que a vida só tem contigo? Será que a parte mais delicinha da vida agora vai ser sempre monótona, chata, sem graça? Cadê o encanto de passear, de se bastar?
Volta pra mim, meu bem, eu morro de saudades de ti. De ter as palavras certas, de achar lindo teus defeitos, de conhecer cada poro, cada sinalzinho no braço, de dormir nos teus braços e sentir o cheiro da tua respiração. Eu quero me confundir contigo, com a tua família, invadir a tua casa, dividir a tua mãe. Sempre adorei sogras, não é agora que isso vai mudar.

E tu sabes que eu sou bacana, tu já me conheces e me experimentastes mil vezes. Eu não atrapalho teus estudos, entendo teu trabalho, teus horários, sou fina quando tenho que ser, sei me portar, me vestir e quando tem que cair na vala e beber até de manhã, eu também faço isso contigo.

Eu faço amor na rua, no estádio de futebol, em cima da árvore e dentro do mar, basta que queiras e me chame, já estou lá. Sabes que eu amo te ter, que eu amo te amar, amor.
Então, volta pra mim o mais breve possível, tu não vais te arrepender. E me ama, com a mesma intensidade, compreensão e tolerância que eu vou te amar.
Sei que sofrer de amor dói, adoece, sei bem, mas pior é não ter nem pelo que sofrer. É oco!

Carta ao amor, sobre o medo de nunca mais amar.

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Terça-feira

“…só vamos embora, quando tudo terminar.” (Mombojó)

Por Lora Cirino

É assim que a gente é. Eu tenho medo quando ligas pra casa e conquistas minha mãe, ela nunca te viu, não confia em ti, mas te adora, porque tu a desconcertas, assim como a mim.
É divertido te ter, porque tu és muito homem com cabeça de muito menino, eu esqueço minhas responsabilidades e me torno irresponsável, de manhã te admiro, fumando teu beck na janela e me levando pra casa com cara de praia. É terça-feira, dez da manhã. Tudo que eu não quero da vida pra mim, penso.

Uma delícia conviver com teu jeito de que não sabe de nada do que está falando e precisa de um estágio, só pra dizer pro pai que está sendo útil. E eu com meu trabalho carregado, com meu sustento e as dificuldades lá de casa. Como eu te quero, esqueço, viajo e entro no escuro daquele quarto só nosso.

Na noite seguinte esquecemos de tudo, quando me ligas umas 19 horas: ”to indo te buscar gata, que trabalho o que, para de frescura, vamos ficar juntos”. E sabe o que é melhor? Tu sempre percebes se eu corto uma pontinha do meu cabelo, ou mudo de cor e fala a verdade, mesmo a tua verdade sendo sempre achar lindo.

E por aí nós vamos, nas terças-feiras deliciosas com cara de sábado, com cheiro de suor e com a camisa pavorosa do teu time, que tu me obrigas a abraçar e me domina vestido com ela, como tu não presta e adora fazer isso… Eu também!

O melhor de tudo é que eu torço por ti e tu por mim, nós sabemos que isso é uma fase e que logo nos distanciaremos, até porque nunca quisemos ser nada além do que uma linda lembrança um pro outro.
E assim fazes eu “me queimar”, me dominando no fim da festa, quando não é terça-feira e me levando pro prédio azul, como desde o primeiro dia, eu, tu e o prédio azul.

Mostarda com misto quente ou qualquer coisa que vejas pela frente fazes virar maravilha.
Ao mesmo tempo em que és moleque, é o homem que tem prazer em me dar banho, colocar pra dormir e faz questão de me acordar pra comer e fazer dormir, e não me comer, só de manhã.
Nossas manhãs recheadas de fugas rápidas, risadas, inocência e sandálias quebradas. Tu olhas, elas quebram e eu me arrasto. Safado. Neném.

“Saí, toca a campainha de novo e volta pra almoçar, meu bem”.

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Te amo, Máscara.

Desde que vocês foram embora que eu não o tinha mais, eu queria, mas nem me esforçava em procurá-lo. Parece que estava faltando eu me sentir forte de novo na vida, para que pudesse ir ao encontro dele, uma coisa tão fútil e tão significativa pra gente. Hoje foi um dia de coragem, coragem besta, mas coragem, pra enfrentar de novo o lugar que mais lembra vocês.

Fui, andei sozinha, comi sozinha, comprei sozinha, olhei o café… Não tinha graça toma-lo, ia acabar temperando-o com lágrimas e eu prefiro café doce misturado com sonhos de guinada.

Consegui resgatar um número que só pode lembrar vocês, nossos fins de semana de : “oi, o que tás fazendo? É que eu to me sentindo só na rua, vamos conversar já que é de graça?” Pois é, perdeu a graça e por 5 meses eu me arrastei.

Esta semana me senti bem de novo, mãe bem, alegria, alegria, vontade de tudo, a velha vontade de guinada como se vocês tivessem aqui, e estavam.

Como quem não quer nada, ele estava lá: azulzinho como as nossas tardes de cabelão, nossas noites de “sombra azul e batom vermelho”, como nossos sonhos que cabiam lá dentro de tanto que ele se parecia conosco.

Comi sushi com agridoce pra lembrar de uma, tomei água pra lembrar da outra, falei sozinha e comprei um scarpin novo pra lembrar das duas, de nós três.

Lembrei do natal, do cantão, do unama’s bar e restô, da “garagem intermediária G2, subindo”, da moda, da comida barata, dos cabelos fedorentos, do óleo de pupunha, do jingle de entrada e de tudo o mais que vocês sabem.

Voltei me divertindo junto com vocês, me equilibrando pros meus cílios ficarem do tamanho da nossa saudade, bem juntinhos e bem grandões, como ele consegue melhor que qualquer MAC deixar, comprei também um glosss com cheiro de Tay e vim acertando o Make com cílio de Sofia.
Dedicado aos melhores anos da minha vida, a cumplicidade, ao trio Guerreira Master.

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Por Lora Cirino

Vocês devem estar pensando: “que mal amadas essas moças deste blog”. É uma citando ex, outra citando “peguete”, outra citando homens imaginários e todas querendo alguém que nos pegue pela mão, nos assuma e nos leve ao shopping (piada interna).
Não gente, o problema não somos nós, é uma coisa que atrapalha vários núcleos da sociedade como um todo: o mercado.
Achar quem te coma, quem te pegue e até quem queira namorar, é a coisa mais fácil do mundo, um sorrisinho já resolve , uma meia dúzia de palavras admiráveis e demonstração de bom gosto musical já encantam. O problema é o mercado…
Enfrentamos dificuldades em vários setores desta área. Quando você começa a se encantar, as saídas foram boas, o sexo foi legal, fofinho, ou animal, aí você adiciona o rapaz no msn e lá vem os terríveis: ”agente” (é agente federal, meu filho?), “concerteza” (proveniente de onde essa palavra?) e “derrepente” (der-re…o quê?). Analisando, nem dá pra entender o que está escrito, se manque, em primeiro lugar. Todo mundo erra, mas tem coisa que é o básico da Raimundinha, me mete logo medo.
Ou aquele s do fofinho, case de sucesso, beijo delicinha, ainda não rolou, que fofo, vai rolar… Vai? Vai, não… Não vai, ele broxou. Calma, eu não tenho preconceitos, broxar é normal! Muito normal, eu sei, tranqüilo. O que não é normal é achar a coisa mais normal do mundo… Por duas vezes seguidas, abraçar e dormir sem tocar no assunto. Ai, gente, dá muito medo. Enfim, não viemos aqui pra isso…
Ou ainda aqueles que querem ser seus amigos. Você é do caralho, gente fina, a melhor companhia do mundo, transa legal e por isso você deve ser nam… Não, não, amiga! Amigos pra sempre é o que nós devemos ser. Porra! Já vale virar madrinha dos filhos da galera? Acho melhor não.
Por isso e por milhares de outros exemplos, minhas guerreiras e futuros pretendentes, a partir de agora, nós queremos é pegar na mão, mas não na mão de qualquer um. Homens se manquem e se tornem interessantes o suficiente, por favor, e quando acontecer isso, não queiram ser nossos amigos. E outra coisa: não seremos mais as mulheres compreensivas e legais, companheiras de birita, que liberam a vida e o resto pra vocês, não usaremos mais maquiagem, nem nos pentearemos, seremos aquelas sem-sal que vocês adoram pegar na mão e mostrar pra mãe. Ah, companhia pra bar? Podem esquecer… Pararemos de beber!
Calma, nosso queridos e fiéis leitores, vocês já são nossos amigos, com vocês continuaremos normais, mas a próxima vítima, se prepare. Afinal, nós somos pra casar, PORRA!

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Não!

Por Lora Cirino

Eu, mais do que muita gente, sei o que é saudade, sei o que é ter as pessoas espalhadas por aí. Dor de falta de presença física dói esquisito, dói lá dentro, dá angústia, aperto.
Então eu te digo que, quando for a sua vez eu nem sei, o mundo vai virar de ponta cabeça e nós vamos continuar cantando que “quem tá na chuva é pra se molhar…”, minha mãe vai continuar obrigando a gente a almoçar separado pra comida não esfriar, tu vais continuar implicando com meu cigarro e minha cerveja, e dizendo que só vai comprar refri ou frango assado se eu for junto, na cozinha eu vou continuar sendo a Ofélia e tu a Neiva, no dia que precisar ficaremos sentadinhos em alguma repartição para que minha mãe possa vender jóias, vais permanecer dando “tapa de colher” na minha testa, em todas as páscoas e carnavais vais tentar me convencer a ir pro retiro contigo, e, é claro, me expulsarás do computador usando teu dom para o “mau” e tocarás instrumentos irritantes de sopro no meu ouvido e eternamente, tentarei fazer com que tu sejas fashion, e eternamente, mesmo tu não sendo, vou deixar que tu escolhas se a minha roupa está adequada ou não e eu a tua.

O melhor músico-irmão que eu poderia escolher, ganhei de presente dos meus pais.
É ele, o mais importante. O Henrique que dará seu nome ao seu afilhado, meu primeiro filho (no dia que vier).

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É dele

Por Lora Cirino

O maldito coloca aquela música, que é a cara dele, e que por meses se torna a tua cara e tu juras que é tua preferida. Coloca a música na hora que tu não sabes o que és ou o que é ele, que a diferença entre dor e prazer é ínfima. Sabe aquela hora que tens certeza que Deus é sublime? Porque pra encaixar tão certinho pêlo grosso com pêlo fino, só pode ser. Pra juntar pele áspera com pele sedosa, deixar as temperaturas perfeitas e encaixar tão bem as coisas, só pode ser sublime. E a música lá rolando.
Ele sabe que pode e gosta e tu também gostas, é bom ser dominado, até porque tu amas tanto ele quanto a dominação. O ruim é saber que a música não é tua, é dele. E que daqui a um tempo, nem sentido mais terá.
O que fica é só aquele cheiro, gosto e som, que mesmo ouvindo daqui a anos, na hora te levará de novo pra aquela cama, por segundos. Porque os sentidos entendem e não deixam esquecer, mesmo que tu disfarces pro mundo e todos eles acreditem. É mentira!

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Uma boa velinha

Por Lora Cirino

Às vezes parece que em seis meses as coisas ficam iguais, estagnadas e até regridem. E às vezes parece que em seis meses você envelhece uns quatro anos, ou seria, amadurece quatro anos?
Eu me vejo hoje, uma mistura das minhas grandes amigas e da minha mãe, com certeza eu seria, pensaria, vestiria e teria outro cabelo se não fosse por elas e pelo liquidificador que nós sempre fomos.
Agora eu me vejo uma mulher que tenta lembrar quando parou de se chamar de menina nos textos e na vida, tem uma hora que fica meio ridículo e ilógico, como diria meu curso de memorização. Parece que também cansei de ter visual de maluca e cansei dos malucos, de gírias inventadas – de pá, de mano, de veio, de meu- de gente que não quer crescer, de tribos, de rótulos. Ai, como eu odeio rótulos.
De uma hora pra outra virei velha, chata, comecei a odiar festinhas que eu adorava, com pistas e banheiros sempre lotados e que sempre saem duas ou mais pessoas, fumaça, cansaço, como eu gostava disso? É um saco!
Me apaixonei por restaurantes, cafés, barzinhos charmosos, pessoas charmosas, que dividem uma conta e que valem cada centavo de conversa, companhia, beijo e cérebro.
Que chatice boa essa que me abraçou.
Ontem eu escutei do meu amigo/hair stylist. “é, mas naquela época ela se preocupava porque tinha barriguinha, tu não”. Eu disse a ele que hoje em dia eu tenho, mas nem por isso me preocupo tanto assim (veja bem, “tanto assim”, bucho safado), aí ele respondeu:”é, Lorena, mas agora tu és uma mulher e vê essas coisas de modo diferente”, engraçado, ele é uma das poucas pessoas que me chama de Lorena sem o peso de algum problema, pra grande maioria, é Lora. Mas isso não vem ao caso. O caso é que é verdade, comecei a perceber que hoje eu me aceito e até gosto. O fato de ser magra a vida toda, deixou de ser um problema, na infância e adolescência, eu era a magrela que ninguém olhava, sempre tinha uma pirralha torneada muito mais interessante, tive péssimos apelidos, tinha sardas, era branquela, hoje isso virou um ‘graças a deus’, porque eu como o que me der na telha e não faço idéia do que significam os números atrás das embalagens, me acostumei com as sardas e tem até gente que acha lindo, como pode? Continuo me achando uma mulher normal, mas aprendi que se eu gosto de beber cerveja, meu buchinho vai estar lá, e daí, não é mesmo? Aprendi que se meu cabelo nasceu castanho-sem-graça, minha (pouca) grana pode transforma-lo em loiro lindo. E aprendi principalmente que sempre vai ter alguém pra me achar muito gata, principalmente se eu tiver achando antes, sem me achar.
Como é bom se gostar, mesmo querendo mais todo dia, não entendendo sentimentos, mas amando pra caramba tudo que tem.

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