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Archive for fevereiro \29\+00:00 2008

Abri os olhos devagar e pensei que faltava e assim começou meu dia. Senti falta de um afago, de virar para o lado espreguiçando e te acordar sem querer. A ausência maior que senti foi a de te querer daquele jeito de quem acabou de acordar, do corpo quente, do beijo mais por instinto do que por desejo.

81f0eb5f71dd92f97f0317e33f3b494295ab68bf_mMas aos poucos a ausência foi se tornando só minha. Minha dor fina, uma sintonia com a noite passada. Porque eu sabia, como ainda sei que essa qualquer coisa que eu sinto é quase que mentira inventada. É como um vazio para tapar o oco.

Então, eu acordei e a sensação continuou, briga interna. Maldito querer sem sentido, aquieta! Quero-te perto o tanto quanto te quero longe porque me fazes mal. Esse frio no estômago me faz mal, essa vontade de ouvir Gram, de ouvir aquela última música do Chico Buarque que a gente ouviu ontem, de passar o dia deitada curtindo essa nostalgia melancólica que me põe cara a cara com a saudade do que não foi, do que poderia ter sido.

E me dá raiva porque quero. Não quero te querer. Quero te ignorar. E durante alguns minutos eu quase te ignoro, eu quase te cuspo de mim, quase expurgo esse todo bem querer sem razão de ser.

Minha montanha russa particular. É assim que te sinto. Sinto-te subindo e descendo da minha garganta. Sinto meu estômago dando loopings cada vez que vez que atendo o celular, cada vez que te aproximas e cada vez que eu me aproximo de ti, eu quase morro durante um segundo. Minha cabeça quase explode de medo, de tensão, de alegria, de adrenalina.

Mas eis que o dia passa todo assim, com uma trilha sonora particular, com imagens que só eu guardo – e isso me dói, é isso que me causa raiva, só eu guardo. Rua de mão única.

De repente de um todo se fez nada, o sentimento acordou, perdurou, durou e morreu. Durou o mesmo tanto de horas que um dia dura. Um dia com nascer e pôr do sol. Um dia inteiro, uma mentira inteira que morre junto com a noite.

Minha paixão inventada nada mais é do que inquietude. Minha mania de te pedir carinho é só para curar uma carência que não é de ti, é de paixão possível. Então eu invento que quero, invento que gosto, nos dou uma trilha sonora, te dou minhas verdades e minhas mentiras só para não precisar jogar fora essa qualquer coisa que é sentir-se bem e mal, ao mesmo tempo.

Chega o final inevitável da minha montanha russa. As músicas já não têm mais a tua cara, nem os romances são mais bonitos aos meus olhos, eles se tornam chatos e banais. Tão chatos quanto tu. Tão banais quanto o meu dia correndo a esperar tua ligação. Tão bobos quanto eu querendo sentir teu cheiro.

E deito minha cabeça no travesseiro e a cama que antes parecia vazia, tem o tamanho exato do meu corpo, do meu sono. Deito nela e penso que amanhã começa tudo de novo. Minha montanha-russa particular me dá trégua até tua próxima ligação.

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Por Moara Brasil

1. Na residência do entrevistado
-Qual o seu estado civil?
-Maranhão.
-An?

2. Na Rua
-Qual o prefeito que você acha que fez muito por Vigia/Pará?
-Bem, eu não sei, mas dizem que Noé fez muito por aqui
Engraxador de sapatos se mete na entrevista e responde irônicamente:
– Negativo, só a Arca!!

3.De novo, em uma residência
-Qual o seu estado civil?
– Desculpe, eu não sou daqui.
(suspiro)

4. Problemas e Dúvidas do pesquisador durante o percurso de uma pesquisa em Vigia/Pará:
-Por favor, você sabe onde fica o bairro “Escorrega”?
-Sei, fica bem ali…mas se eu fosse você não ia pra lá não…não é a toa que o nome é “Escorrega”, porque quando escorrega levam tudo mesmo!
-hum…e agora?Como farei a pesquisa?

5. The questions.
“Ei tia, ei tia, é do IPOBE?”
“Ei tia ei tia, vai aparecer na REDE GLOBO?”

6. Sol de matar em pleno meio dia, andando de pesquisa em pesquisa. Tudo bem, vou na casa .
PáPáPá ( bato na porta ):
-Não tem comidaa.
Pá! ( fecham a porta ).

7. Sol derretendo, meio dia ainda…. Pula uma casa, vai pra 7.
Pá Pá Pá ( bato na porta )
-Quem é?
– Eu sou de uma empresa de pesquisa, e estou querendo fazer umas perguntinhas, posso?
– Vai demorar?
– Que nada! Só uns minutinhos.
– Nome?
– Ivonete Ilveira Nastasia Guedes Silva Chaves
– Qual a sua Idade?
– Ah…não parece mas é 40
– Estado civil?
– Sim querida, vais querer saber toda a minha vida?
– Bem senhora… precisamos desses dados porque a empresa que trabalho sempre faz uma averiguação destes questionários e…
– AveriO QUÊ? Eu não tenho nada a ver com isso minha filha!
Pá! ( batem a porta ).

9. Na Rua
-Boa tarde, você poderia…
– Não. Estou com pressa!
Fico com cara de nada, olhando para o Sol de 1h. E ainda tropeço numa pedra, que merda!

10. Boa tarde, você poderia me ajudar respondendo umas perguntinhas?
– É clAAro minha querida, que jovem bonita você é, eu tinha uma sobrinha que era a sua cara, que Deus a tenha, mas ela era todo o seu jeito. Nossa, que coincidência! Mas é clAAARo, como eu poderia me esquecer? É mais que óbvio. Você não é a Katia da familia Junes?
– Não
– Mas você não é casada com o Flávio? Irmão do CLáudio, que teve um acidente de trânsito, ficou tetaplégico, coitado. Mas eu soube que ele não teve culpa, tá rolando um processo, né? Eu sei, foi aquele taxista filho da mãe e..
– NÃO! (Shss) É minha senhora, poisé, continuando a pesquisa..
– Mas eu podia jurar que sim…
-ahhh… ( suspiros quase chorando )
(…)

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(?)

Por moa

Não sei, mas, geralmente esse dia chega para qualquer um de nós. Quando pensas que está tudo indo certo, eis que surge a questão: Será que devo? O que eu tenho que fazer agora? Prossigo? Recuo? Paro e fica por isso mesmo? Bora ver o que vai rolar? É nessa hora em que suspiramos, e de repente tudo, completamente tudo e todos se diminuem de uma forma que conseguimos enxergar mesmo daqui de cima, só que em miniaturas, verdadeiros soldadinhos de chumbo ou como se estivessemos observando uma partida de um jogo num estádio de futebol. Parece que não fazemos parte daquela jogada, mas estamos ali, assistindo tudo. Muitas vezes já sabesmo o que vai acontecer, mas, em outras, é realmente complicado adivinhar quem vai ganhar. Partida difícil. Isso nos apavora, dá medo, colocamos as mãos nos olhos nos momentos difíceis, ou simplesmente encaramos normalmente esse dia como rotina. E fica por isso mesmo.

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Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo, disse Arnaldo Jabor. Será mesmo? Ao ler por o texto “Namorado: ter ou não ter”, de onde retirei esse trecho, tudo parece muito lindo. Palavras como quindim, nuvem, música passeiam com displicência e fazem os solteiros pensarem em que merda é a vida sem ninguém.

Como faço parte da categoria dos solteiros não-amargurados, me senti impelida a protestar tal afirmação. Creio no seguinte: quem tem namorado, não consegue tirar férias. Nem dele, nem para si mesmo.

Quem tem namorado não viaja sem seu bem ou, se viaja não se sente completo. O amor tem dessas coisas. Quem namora perde o encanto de ir ao cinema sozinho, naquela última sessão de segunda-feira (a melhor do mundo para quem odeia falatório durante o filme). Um casal são duas pessoas, logo tudo que você faz enquanto membro dessa dupla há de ser calculado por dois.

Ora, porra. É bom pensar em si, é muito bom ter metas e calculá-las de acordo com sua vontade, com os seus planos. Solidão? Sim, ela existe e reafirma-se sempre. Mas também serve para auto-conhecimento.

É na solidão que a gente se conhece de verdade, porque namorar faz com que a gente desaprenda um pouco a olhar para dentro, já que olhar para o outro dá aquele friozinho gostoso na barriga; ao contrário de olhar para si que algumas vezes dá angústia.

Eu tive namoros longos desde nova, por volta dos 13/14 anos. Um ano, Um ano e alguns meses, três anos. Foram eles que me ensinaram a namorar, que me deram belos exemplos de confiança, carinho, respeito e amizade. Aprendi muito ao compartilhar a minha vida com eles e creio que a recíproca seja verdadeira.

Alguns me deram umas desilusões, outros deram pedacinhos de si que me marcaram e marcam até hoje, como poesias, cartas, flores, passeios. Deles eu também suguei os gostos, as gírias, os trejeitos. Aprendi a gostar de rock com meu primeiro namorado. Que sorte que ele existiu na minha vida, hein?

Ainda assim, me identifico melhor comigo mesma sendo solteira hoje, porque eu já tenho que pensar por dois e planejar por dois. Porém, é uma relação que eu tenho certeza absoluta que é para vida toda: eu e meu filho.

Acho que de tanto me adaptar a solidão, de tanto curti-la, de tanto apreciar o livre ir e vir, desaprendi a namorar. É, isso mesmo. Quando falo isso para as pessoas, ouço sempre uma risadinha de deboche. Por que é tão difícil entender isso? Sim, eu desaprendi, desacostumei… enfim, não sei qual o verbo que devo utilizar, mas é assim mesmo. Eu não sei mais.

Pelo menos, não consegui até agora passar daquela fase do início da relação, aquela que a gente tenta “ser melhor”, que quer estar sempre linda, sempre de bom humor, sempre disposta. É exatamente por isso digo que desaprendi a namorar, a repartir vida e viver o tempo todo.

Eu ainda prefiro que a pessoa saiba desde o início que eu acordo de mau humor e que ainda fico mais intragável se estou com sono. Quero alguém que me leia sem que eu precise explicar muito e se ainda assim for necessário, que me ouça com atenção porque eu odeio repetir. Que seja sociável na medida certa e que principalmente saiba calar. Bem, como ainda não apareceu ninguém assim, continuarei a curtir a minha inesgotável solteirice.

Não sei mais fazer “joguinhos”, fazer “tipinho” para agradar. Não consigo me controlar e fingir que não estou a fim de beijar ou ficar junto se é essa a minha vontade. Não quero reprimir meus desejos para fazer tipo de quem não está nem aí. Se for para ser que seja inteiro, que seja por completo. Senão, prefiro a solidão mesmo. Ela já me é conhecida e bem confortável.

A declaração de amor mais bonita que já vi foi do personagem do John Cusak para sua amada, no filme Alta Fidelidade. Não vou lembrar direitinho o diálogo, mas trata-se dele explicando para namorada, antes de pedi-la em casamento, que ele se sente atraído por uma jornalista que é  sua fã  desde que ele era Dj. Ele assume a vontade de levá-la para cama por conta de um desejo quase incontrolável, algo bem carnal.cusack

Ao mesmo tempo em que se sente assim, ele pensa na namorada. Pensa nela com maturidade regada a eternidade. Imagina ambos lendo jornal num domingo, lembra das calcinhas comuns que ela usa , enquanto ele sabe da existência das lingeries melhores. E é então que ele vê que isso sim é amor.É aí que ele vê a diferença entre o desejo carnal e o amor. O amor é realidade, é dia-a-dia e não, nem sempre é belo como  lingeries rendadas que são usadas somente para fisgar. Porque o desejo carnal passa, mas confiança, carinho, companheirismo, amor de verdade, não.

Não quero ter que me camuflar, nem quero alguém que não seja o que é por inteiro. O sentimento que mais me apetece é sinceridade. No amor, na cama e nos olhos de quem eu quero. E se assim for do desejo dele, que me aceite com sinceridade também e que tenha muita paixão pela vida.

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Por Moara

Bem, demorou, mas chegou. Finalmente o vídeo do meu primeiro desfile na coleção de verão de Julho/2007, realizada pelo coletivo Caixa de Criadores, com o tema geral sobre aquecimento global. Participaram vários estilistas, que também procuraram seguir o mesmo tema, vejam os vídeos relacionados no youtube.

A Coleção teve como enfoque criticar as queimadas na Floresta e lembrar a todos que temos muita cultura para mostrar ao mundo. Procurei usar como trilha sonora a música de Pio Lobato “Fura Criatura”, músico e integrante da banda Cravo e Carbono (veja vídeos no vodpod) de Belém. Acredito que precisamos ter um olhar mais contemporâneo de nossa cultura, para não se apagar com o tempo, é o que precisamos vender pra fora. E fazer com que o olhar do estrangeiro volte para a nossa cultura amazônica, invista, compre, valorize, e não pense que aqui é apenas uma floresta misteriosa onde só tem madeira e bichos para serem explorados, no meio de um monte de “caboclos” que não sabem nada. Enfim, é preciso ter a consciência sobre a nossa própria região, e manifestar-se de algum modo pelas nossas artes (música, pintura, moda, etc), de maneira uniforme. Talvez só assim o mundo entenda o recado, e que somos um “país” de muitos conhecimentos, riquezas naturais e cultura dentro do próprio Brasil.

Coleção “Era uma vez a Amazônia”
Evento: Caixa de Criadores/ Verão 2007
Sobre a coleção:
1 look: Vestido de algodão com desenhos pintados a mão e aplicações que desenhavam arvóres e lembravam a floresta.
2 look: Macacão estampado, de algodão, com cores da amazônia, dando continuidade a floresta.
3 look: Saia balonê de tafetá (reaproveitando um tecido de cortina) e blusa frente única de seda. Cores que lembram o céu, o azul petróleo e a mata, com o verde. E a meia amarela, para lembrar nossos minérios.
4 look: vestido morcegão, também fazendo referências a nossa mata. Top de onça, aos nossos animais.
5 Vestido pintado a mão: Começa a destruição da floresta, procurei pintar uns grafismos que lembram araras tristes com cores de sangue, a meia calça em vermelho, para lembrar também o sangue.
6 Look: Blusa frente única em preto- cinza, fiz referência as cinzas que sobram das queimadas, o que resta da floresta. E bermuda também da mesma estampa do macacão.
7 Look: Vestido estampado azul em seda, com duplo balonê. Procurei passar sobre nossos rios e mares, que também estão sendo poluidos (meia calça preta).
8 Look: Blusa com com desenhos de dois índios (não dá pra ver direito mas é isso). Procurei pintar em preto mesmo, para ser só rabisco. Saia balonê em verde com detalhe de oncinha. Voltando para a valorização de nossos animais.
8 Look: Vestido marrom com os esqueletos de peixes e meia calça vermelha (poluição nos rios)
9 Look: Masculino: Blusa com pintado a mão, está bem explícito, as queimadas na floresta.

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Ângulos

Por Anna Carla

Eu paro e olho essa cidade. Do mesmo ângulo de sempre, procurando entender se, daqui do alto, eu consigo achar as minhas respostas escondidas nas janelas iluminadas de cada apartamento ou atrás das variadas propagandas de outdoor. Gosto bem mais da vista noturna. As estrelas costumam se confundir com as luzes da avenida e me dão a impressão de que tudo está em movimento, como se eu pudesse ver o mundo girar. Postes, holofotes e faróis parecem querer me dar algum sinal de que eles sabem o que acontece aqui, metros acima, na minha cama.

Fico diante do espelho e não reconheço os meus cabelos. Eles são a prova concreta de que muita coisa mudou. Me olho nos olhos e me estranho. Sinto medo de tanta novidade. Reflito a minha imagem, não a reconheço, mas gosto dela como se nossos santos tivessem batido.

Estranho a minha nova rotina. É boa, dá tempo de sobra pra fazer o que der na telha. Trabalho legal, grana boa para uma iniciante, uma independência idolatrada nas ideologias de outrora. Mas… E agora?! O que fazer com tanta liberdade?! Estranho o tempo que eu gasto sozinha em casa inventando diálogos imaginários e sinto a falta de uma correria que antes me parecia odiosa.

É difícil acompanhar a minha própria evolução, por isso me estranho. Tracei meus planos e fui culpada por mudá-los, sem arrependimentos. Mudei minha rotina profissional, minha vida amorosa e, consequentemente, minhas noites de festa. Ainda estranho tanta cerveja no meu copo. Essas pessoas novas me parecem velhas conhecidas, como se eu conhecesse a cidade inteira e soubesse que não existe mais ninguém pra conhecer, mesmo sabendo que deve haver. Ainda não me acostumei a dormir sem ter alguém pra desejar boa noite, mas não quero voltar a passar as minhas noites comendo pizza de caixa no sofá da sala.

Pela primeira vez, a cabeça parece não conseguir acompanhar o coração. “Mas como assim? Como esqueceste tão rápido?”, indaga a minha consciência, curiosa por sempre ter dito que este era o certo a se fazer e por ter estudado o quão difícil seria essa façanha. E eu me estranho ao não sentir saudades de coisas que me pareciam tão intensas e por sentir a falta de outras que eu não dava muita importância.

Então eu sinto novamente a brisa molhada que sai dessa sacada tocar meu rosto. Todos os carros que passam parecem saber exatamente aonde querem chegar. Somos antônimos. A cabeça continua a afirmar que este é o caminho certo e que tudo o que me fez chegar aqui valeu a pena. Mas o coração, esse bipolar esquizofrênico, às vezes aperta como um nó cego. E eu pergunto: “O que diabos ainda me resta fazer, afinal?”. E as luzes da cidade me sussurram: “Anda mais e pensa menos. Quem não sabe pra onde ir não deve se preocupar tanto em saber onde chegar”.

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davi.jpg

Por Moara Brasil

Sabe quando acordamos em busca de um falo? Um falo alto, com físico daquelas esculturas anatômicas gregas de deixar qualquer mulher sem ar por uns minutos orgásmicos? Estava determinada, e , não podia ser um falo qualquer. Uma mulher merece um bom falo , ele tem que conversar mansinho e cheio de charme, ser um pouco educado e ter muita energia. Tem vezes que cansamos do mesmo falo, ou de falos chatos, ou de falos nada criativos, ou realmente feios e sem atitude. E, então, preparamos à caçada ao falo ideal!

Ainda mais quando estamos a dois malditos meses sem um falo para descontrair, mas foi por decisão própria. Falo por falo, prefiro ficar com o meu falo de brinquedo.

Dois meses sem um falo deixa qualquer mulher louca, neurótica, chata, e bote chata nisso! Dá até espinhas, aumenta a oleosidade na pele. Nós sonhamos com o falo perfeito, de repente tudo torna-se um grande e ereto falo platônico. É uma loucura, os falos comandam as nossas mentes mais ninfomaníacas. Porém, quem espera sempre alcança, né? E que alcancemos o supremo falo! E rápido, não dá mais!E não dá mais mesmo! Já são 2h da madrugada! E nada do falo, nenhum falinho, nada.

Mas, de repente, o falo caiu como presente divino. Era o Deus mais Grego que Davi. Era o da pele mais bonita ( que nem chocolate ) do sorriso com dentes mais brancos que já vi! A camiseta mais bem vestida, que combinava com a beleza daquela pele, jeans e alguma coisa na cabeça, um falo estiloso, sarado, lindo, não era qualquer um, era o falo com F maiúsculo. Um falo que toda a mulher merece! Devia ser levado na cama como café da manhã todos os dias, para diminuir aquele stress da rotina, devia ser recomendado como tratamento para peles nos maiores centros de estética do mundo. Ou ser remédio obrigatório em clínicas de psicanálise.

Ah, meu falo perfeito. Deixou de ser platônico para tornar-se terreno, concreto, ao alcance real. Com as mãos mais firmes que já senti. O beijo mais envolvente que já beijei. O abraço mais apertado que já tive, de quebrar no meio. O falo ideal. Cada centímetro do seu corpo foi valorizado, desde aquela barriga de tanquinho maravilhosa, até os dedos das mãos grossas . O cabelo? Foi puxado até arrebentar. A pele? Foi arranhada até ferir. A boca? Foi beijada até ficar totalmente sem saliva. Gostosa foi a palavra mais usada. Folêgo? É claro…afinal ele entende tudo de educação física! Daqueles falos que nós fazemos a questão de contar à todas as amigas, para elas morrerem de inveja mesmo e fazer comentários como “ahhh!Te odeio sua vaca! Eu quero essa África!”. E me odeie, pois nunca fui tão bem amada por um falo tão perfeito. Pena que ele more tão longe daqui, será que foi por isso que foi tão intenso? Um minuto de silêncio. E…um bom falo para vocês!

*Falo= s.m. Imagem do pênis, objeto de culto entre os antigos, que o veneravam como símbolo da natureza criadora. / Pênis. Retirado do workpedia.

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Por Carol Barata

As mãos de Fernando são as partes nele que mais gosto. A mãozinha dele apertando meu dedo quando ele mal tinha 24 h de vida, a mesma que segurava meu seio, que me fazia carinho enquanto eu o amamentava. A mão escondia o rosto dele durante o ultra-som e que mágica foi o ver remexendo de um lado para o outro, incomodado, colocando aqueles cinco dedinhos no rosto. Claro que eu chorei. Óbvio.

As mãos de Fernando o definem. Quando nasceu, os cinco dedos normais e bonitinhos era sinal de saúde. A mão grande é sinal de que ele puxou para meu irmão. O fato d’ele segurar o lápis de cor com a mão direita já quer dizer que será com ela que ele escreverá suas primeiras palavras.

São mãozinhas que me encantam com um carinho despretensioso e singelo na fila do cinema. A mão dele procura a minha em meio ao sono, ela se ajeita como se dali fossemos passear, como um passaporte para os bons sonhos. A minha mão e a dele, juntas.

A imagem das mãos dele, lindas, branquinhas, de uma perfeição inigualável é o que vou sempre guardar comigo. As mãozinhas mais lindas do mundo, as do MEU FILHO.

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Por Moara Brasil

É, parece que o retrô em qualquer coisa sempre é um pouco mais interessante, mesmo para aqueles que são filhos da década de 80, como eu, nostalgia é algo bom, e na publicidade, nada melhor do que buscar aquilo que nos faz entender o que nos tornamos hoje. Mas esse retorno ao estilo artístico ingênuo primitivo é uma tendência mundial, parece que dá conforto as nossas sensações. Ou é mais humano, ou sei lá, eu gosto. E quem não gosta de uma campanha bem emotiva, ainda mais feita com animação? Afinal, nesses tempos de valorização da imagem e sociedade do espetáculo, parece que muitas propagandas distanciaram-se da realidade terrena, e muitas vezes acabam ficando como algo realmente inalcançavel. Muitos comerciais da década de 50 e 60 eram desenhos animados, no Brasil podemos observar com o comercial das Casas pernambucanas, veiculadas nas extintas TV tupi, Excelsior e Paulista e o comercial dos Cobertores Parahyba, o quanto eram fofinhos e próximos da realidade das famílias brasileiras.
“Não adianta bater eu não deixo você entrar, as casas pernambucanas é que vão aquecer o meu lar…”, um jingle que pegou e ficou na época, e a cena da mãe colocando as crianças pra dormir, na propaganda dos cobertores Parayba, ajudavam as mães a colocar os filhos na cama cedo: “Está na hora de dormir, não espere a mamãe mandar…”. Como naquela época a qualidade da produção era ruim, o desafio para os publicitários era bem maior. Eles tinham que ter a boa idéia, a sacada, o conteúdo que tornava as propagandas mais atraentes. O que nos dias de hoje, muitas propagandas ganham na produção mas pecam ou são quase vazias de conteúdo.

A revista britânica The First Post escolheu os melhores do ano, na categoria comerciais de animação,de todos eu gostei do “The End of lines” da Olay, a minha predileta. Simples, emocionante e criativo. Uma boa animação para quem gosta de comerciais que realmente são envolventes.

• Title: The End Of Lines
• Brands: London International Awards
• Awards: London Awards 2007 TV Animation-Cel Silver
Agency: Saatchi & Saatchi, New York
Creatives: Jan Jacobs, Leo Premutico
Agency Producer: Peter Ostella
Production: Slinky Pictures, London
Director: Suzanne Deakin
Producer: Maria Manton
Animator: Martin Oliver, Suzanne Deakin
Sound Engineer: Ryan Fitch

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Li-ber-da-de.

Por Lora Cirino

Era lua cheia e aquele lugar era encantador, todo mundo já tinha ido lá menos eu, nunca dava. Do nada, decidimos ir até lá, só pra descansar ou cansar mais. Foi fantástico e eu fiquei encantada com os sabores, os cheiros e a sensação que aquele lugar proporcionava. Não se parecia com nada.
Só parecia com liberdade.
Na segunda noite que parecia ser a primeira ele apareceu para me salvar, do bêbado que não me deixava dançar com minhas próprias mãos e das minhas neuras.
Salvou-me da falta de dança, de abraço, de embriaguez e de vontade.
Foi legal conhecer um príncipe encantado, mesmo descobrindo depois que ele já tinha uma princesa. Não importava. Naquele dia só eu e ele existíamos, eu com meu vestido infantil de bonecos e ele encantado com a minha infantilidade.
E ainda me achou madura e ofereceu o pior cigarro que eu poderia ter experimentado na vida. Apaixonei.
No outro dia eu não o vi, só que o lugar era pequeno demais pra isso, ou ele era uma lenda ou a história que ele havia adoecido era verdade.
No lugar não tinha energia elétrica quando, resolvi ficar com as novas pessoas ao meu redor, só que eu falo grosso, me visto de criança e falo grosso, e ele reconheceu minha voz e gritou meu nome, como quem procurava há anos por mim, poucas vezes senti tanta segurança e alegria, saímos e ficamos vendo a tal lua cheia e as estrelas, nem quando criança, no interior, tinha visto tanta estrela.
O beijo, o cheiro e a pegada dele eram daqueles de ir pra “lista dos cinco melhores”, e olha que não foram poucos. E nesse intervalo de tantos anos, ele não faz nem idéia disso, nem precisa fazer.
Moral da história: Tu podes ter sido do caralho um dia pra alguém e nem sonha com isso, veja que legal.

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Cuidado.

Por Carol Barata

“Cuidado: esse sonho é só seu”. Assim estava escrito no meu horóscopo. E só depois de todos esses dias, esses muitos ou poucos dias, nem sei, que eu resolvo ler horóscopo e que por uma junção de algum planeta que nem gravei qual era com alguma outra constelação que pouco me importa e que, de alguma forma, estava lá, lá estava. Era para ser! Já estava escrito nas estrelas, num caderno de jornal, num muro pichado a spray metálico. Estava lá e só eu não enxergava, ou melhor, eu enxergava e ria. Ria cínica, ria quase diabólica pensando “Vamos lá ver quem é que deve ter cuidado com quem!”.

Pessoas como você deviam vir com tarja preta, com uma placa igual aquelas colocadas perto dos fios de alta tensão. Os astros esqueceram de colocar em ti a placa de “Cuidado: esse sonho é só seu”, porque se eu soubesse como serias manipulador e envolvente comigo, ah, se eu soubesse, eu me benzeria antes de cair nessa cilada que foi me jogar em teus braços, teus olhares e tuas ligações de madrugada.

A primeira vez eu olhei em ti, eu te vi, eu te li e sabia, ah, eu sabia que não daria em nada que não daria certo, que me deixarias assim, com essa sensação de limbo, de algo usado, passado e repassado para o teu próprio uso. Mas eu me joguei em ti, eu te sorvi e me senti bem ao fazê-lo.

Apostei naquele silêncio, tão cômodo e celeste. Eu sei, eu sei. Aliás, eu devia saber. Eu devia saber que o que vale para ti é o momento e aquele momento, foi tão meu quanto teu. Entendo que não fazes esforço nenhum para envolver, para conquistar, que acontece assim, de repente e naturalmente, é inerente a ti.

Eu aprendi a tocar cavaquinho sozinho, porque meu avô tocava. Eu fazia piano quando criança, mas ah… deixei pra lá. Eu gosto de música alta, porque gosto de sentir a música, as batidas, todos os sons. Eu amo música também, está ligada ao meu bem estar. Meus pais me ensinaram a gostar de boa música. É, os meus também me apresentaram ao Raulzito e ao Legião.

E assim, entre uma cerveja e outra, já era. Num bar novo para mim e velho para ti, me apresentavas a tua vida, assim, como um slide e a gente ia vendo pedacinho por pedacinho do que podia esperar um do outro. Eu ficava idiota cada vez que, mais idiotamente, me chamavas de “amor” e fui ficando débil mental a cada beijo que fazias questão de me dar antes de levantar para ir ao banheiro e fui ficando lânguida, embriagada e cega. Cega, burra, imbecil, idiota!

Mas agora eu sei que subi a mesma ladeira sofrida do quase-amor, do quase-qualquer-coisa-que-mexe-demais. Fiquei de novo no limbo, como algumas outras vezes. Mas eu sabia, sabia que devia ter lido as entrelinhas, onde estava escrito em fonte 50 na cor mais néon e escarlate que pode existir numa paleta de cores a palavra PERIGO! Doce cafageste à vista!…

Merda, como eu não fui ver que essa tua forma de ser não era para me envolver. Era só tua forma de ser. E eu era só alguém que precisava ter ouvido “cuidado” ao invés do “vai em frente” quando ouvia a buzina do teu carro tocar.

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Por Moa

Eu vejo todos partirem daqui, grandes talentos que persistiram, desistiram da cidade. E resolveram tentar algo em mares nunca antes navegados.
Ou morreram, ou quase nada.
Mal de cidade com governantes de mente pequena, com representantes que não enxergam além do umbigo, que não enxergam quase nada. De uma História triste de má exploração da cultura e das nossas riquezas.
Da apatia diante da violência que aumenta nas rotinas da nossa vida.
Mal de um público que ainda não foi muito bem educado, educado nos ouvidos, educado na escola, educado na sociedade. Mal de uma cidade do “quase”.
Quase uma Recife, quase uma “Janelas Abertas para o Rio”, quase Moda, quase progresso.
Uma cidade que parece mais ou menos com a minha vida, quando a gente pensa que vai engatar, ela sai pelo ralo, ou alguém dá uma descarga quase de propósito.
É nessas horas que dá a vontade de “quase” ir embora daqui.
Belém do quase, dos quase com iniciativas, do quase um sucesso. De pessoas com muita energia, mas que estão cansadas de gastá-la para nada, ou quase nada.
Pois precisam alimentar seus bolsos, pois precisam de reconhecimento.
Belém da quase terra da música, do estouro cultural único.
De bandas incomparáveis a qualquer outro lugar do país, de modelos com beleza mista, que só a Amazônia pode dar.
Do Antar Rohit L.A. paraense (que Deus o tenha), dos Mestres das Guitarradas envolvente. Do Madame Saatan e sua atitude. Da Voz da Marisa e a Euterpia. De todos os designers independentes. Ah, é tanta gente, que não tem espaço suficiente.
Mas a Amazônia precisa de comida, precisa colocar muita água nas suas sementes, precisa de vitaminas pra viver, precisa de incentivo à cultura. Precisa vencer preconceitos. E não apenas ser uma reserva florestal cheia de “caboclos incapacitados” segundo os olhares de muita gente.
A Amazônia precisa ser vivida, precisa de uma boa mídia, Belém principalmente.
É preciso segurar os artistas que estão aí…quase sem estímulo.
Quase sem vontade. Quase sem vontade porque não temos quase nada.
Porque somos quase muito além. Sempre. Será que ninguém vê quase nada?

Informe-se da cultura da gente:
http://www.culturapara.art.br/

Cachoeira negra, Antar Rohit 04cachoeiranegra.jpg

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johntirinha26.jpg

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(arquivo)Texto escrito em 08/02/07
Por Carol Barata

A nossa amizade começou a passos de formiga. Devagar e leve. Um conhecendo o outro e se descobrindo em fases distintas.

E essas fases diferentes, por seus mais variados motivos, tiveram uma união. Tiveram uma compreensão que ninguém entende. E sabe por que não entendem? Porque eramos pessoas que na opinião dos outros não tinham nada a oferecer um ao outro. Mais nós dois sabíamos que ali tinha uma comunicação que era fora do comum.

Era fora do comum pelo jeito intenso de ambos. Era fora do comum porque a distância física não separava, fui e sempre serei a sua primeira garota. Aquela menina magrela que estava na fase de suas descobertas de adulta e caminhava na Avenida 16 de novembro. E caminhavas comigo. Sem medo, sem rumo, sem pudor. Ah, o pudor… O que nos uniu talvez seja a ausência dele. Não o pudor que as pessoa insistem em atribuir a relação entre homem e mulher. Mas o pudor de anseios. O não ter pudor de dizer o que pensa. O não ter pudor de sentir o que sente. O não ter pudor de viver, amar e sonhar. Sonhar sempre. E mais do que sempre – se é que na língua portuguesa existe uma palavra mais intensa e infinita do que sempre – o sempre saber que estaríamos ali um para o outro. Te amo como nunca amei um amigo. Amo-te da forma mais pura que alguém possa amar.

Aquele amor de não ter infinito de querer bem. Amo tua essência. Amo tua personalidade e se é ainda é preciso dizer depois de tudo isso, amo você.

Essa amizade me conforta. Faz-me sentir profundamente um porto seguro no que temo, no que desejamos um ao outro.

Como já disse, és amigo com letra maiúscula.

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Por Moara Brasil

-Tá sabendo?O Jorge levou um tiro na perna.
-Meu Deus?Como?
-Ali no centro, 8hs da noite, levaram o carro.
-Pois nem te conto, ontem entraram 5 na casa da Roberta, e na verdade só iam levar o carro do irmão dela.
-Égua, e a Roberta já foi assaltada na frente da própria casa.
-É, inclusive toda a familia dela.
-O pai, hehe, foi levar um abaixo assinado no posto, e ainda foi assaltado, pediu até pro ladrão assinar.
-Levaram o amigo dele no carro, e ele ainda teve que tirar a roupa todinha.
-Uma mulher aqui do meu prédio foi sacar uma grana, junto com os filhos, e levou o farelo.
-Como?
-É, ela foi sacar, e os ladrões a viram, ela mandou os filhos correrem e saiu pela rua. Os ladrões, de moto, perseguiram, e deram um tiro nela. Morreu, empresária.
-Meu deus!Que merda!
-Posso pedir mais uma bebida?
-Sei não, melhor a gente ir embora dessa esquina.

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